Francisca Van Dunem falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 72.º aniversário da Polícia Judiciária, em Lisboa, onde esteve acompanha pelo diretor nacional desta força de segurança, Almeida Rodrigues.

"A PJ tem feito um trabalho notável. Por um lado, conhece a malha territorial, por outro, conhece os interesses económicos associados a este tipo de criminalidade e também tem trabalhado ao longo dos anos na criação de um perfil sociopsicológico dos incendiários", disse a ministra.

Francisca Van Dunem precisou que a PJ já "trabalhou cerca de 600 perfis" neste domínio, o que permite "uma grande aproximação relativamente àquilo que são as pessoas que normalmente praticam este tipo de atos".

Esta capacidade - sublinhou a ministra - permite à PJ "ajudar muito na deteção e prevenção deste crime".

Além da prevenção, Francisca Van Dunem congratulou-se também com a capacidade de resposta da PJ que "é preciso dar" a este crime e realçou a necessidade de os investigadores apurarem se os fogos tiveram origem criminosa ou não.

Durante a cerimónia, Almeida Rodrigues revelou que, no âmbito dos crimes de incêndio florestal, 108 presumíveis incendiários foram apresentados à justiça este ano.

Questionada sobre a pretensão dos funcionários da PJ de verem os seus índices remuneratórios indexados aos dos magistrados, regressando a um modelo que já vigorou no passado, Francisca Van Dunem reconheceu que, neste momento, "há necessidade de rever os Estatutos da PJ", mas sublinhou que os termos da revisão e da atualização "serão definidos oportunamente".