“Hoje é uma paralisação total, apenas serão cumpridas as ordens de prisão decretadas pelo juiz e o levantamento de cadáveres das ruas”, assinalaram à agência noticiosa Efe fontes do Sindicato de polícias civis do Rio de Janeiro.

A organização sindical explicou que esta forma de protesto foi decidida após o Estado do Rio de Janeiro não ter pago aos agentes “o subsídio de Natal nem o salário de janeiro”.

As mesmas fontes indicaram que o pagamento do vencimento do primeiro mês de 2017 está apenas previsto para 22 de março.

Em princípio, a greve dos polícias civis não deverá afetar a segurança da cidade mais emblemática do Brasil, envolvida nos preparativos da época do Carnaval, pelo facto de o patrulhamento das ruas ser da responsabilidade do corpo militarizado, que há alguns dias também ameaçou com uma paralisação.

A perspetiva de uma greve do corpo militarizado no início de fevereiro obrigou o governador, Luiz Fernando Pezão, a solicitar a presença do exército para evitar uma vaga de violência semelhante à registada no vizinho Estado do Espírito Santo, onde a paralisação desta força desencadeou uma vaga de violência com um balanço de 150 mortos em dez dias.

Nos últimos nove dias cerca de 9.000 soldados reforçaram a segurança do Rio de Janeiro, com a sua retirada gradual das ruas a ser ordenada na quarta-feira.

A paralisação total dos polícias civis do Rio deverá terminar no final de manhã de sexta-feira, quando começa oficialmente o Carnaval com uma duração de cinco dias, mas o Sindicato informou que os protestos vão prosseguir até ao pagamento integral dos salários em atraso.

Em junho passado, antes do início dos Jogos Olímpicos, o Estado do Rio de Janeiro foi declarado em “calamidade financeira”, devido às suas avultadas dívidas.

A crise económica provocou o atraso no pagamento dos salários dos funcionários e a aprovação por parte do governo brasileiro de fortes cortes orçamentais, que originaram intensos protestos nos últimos meses.