Salientando que "todas as análises de crise e todas as decisões sobre a crise passam pelo Presidente da República", o chefe de Estado assegurou que "não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento".

"Quando eu digo não haverá, não haverá", repetiu Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na abertura do seminário empresarial "México e Portugal - uma viagem em comum", num hotel capital mexicana.

Sobre a atual situação portuguesa, o Presidente da República começou por afirmar que "Portugal vai crescer no futuro próximo".

Depois, questionou se "haverá algum fator político ou institucional na vida portuguesa que instabilize a situação económica, impedindo o crescimento", e referiu que "aí, como compreendem, o Presidente da República tem uma autoridade peculiar".

"E a posição do Presidente da República é a mesma desde o início do mandato: não há razões políticas, por fortes que sejam, que justifiquem a criação de instabilidade num processo tão sensível como é o financeiro, o bancário, e o do crescimento económico português. E, portanto, não haverá. Quando eu digo não haverá, não haverá", acrescentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, também no plano europeu "não haverá nos próximos anos" nenhum "problema que limite o crescimento económico português".

Relativamente ao controlo do défice, apresentou-o como "um consenso nacional" em Portugal.

"Longe vai o tempo em que se dizia que mais depressa os alemães se preocupavam com o défice do que os portugueses. Hoje os portugueses preocupam-se com o défice como uma realidade essencial para o crescimento da sua economia", disse.

Quanto ao sistema bancário, declarou que está "em consolidação", acrescentando: "Essa consolidação do sistema, a abertura ao exterior, a diversificação de formas de financiamento criam condições para crescimento económico".

"Portugal, com bom senso, pode e vai crescer economicamente nos próximos anos", reiterou.

O chefe de Estado salientou que "o comissário europeu Moscovici reconheceu para este ano um crescimento não inferior a 2,5%".

"Há condições para crescer. E os empresários aqui presentem sabem-no, porque Portugal cresce pelas vossas mãos, pelo vosso investimento, pelas vossas exportações. E crescendo o investimento, e crescendo as exportações, com um modelo virtuoso de crescimento, haverá crescimento económico e haverá emprego", reforçou.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, acompanhou Marcelo Rebelou de Sousa na sua visita de Estado ao México e estava previsto que discursasse antes do chefe de Estado neste seminário empresarial.

Contudo, mal se iniciaram os trabalhos foi anunciada a intervenção do Presidente da República, e o ministro acabou por não discursar na sessão de abertura.

Na sua intervenção, o chefe de Estado expressou confiança na estabilidade institucional do México e no crescimento da economia mexicana, e considerou que as relações bilaterais vivem "um momento histórico".

A nível global, defendeu que "não há que temer protecionismo comercial", porque "na hora da verdade vai ser tímido".

"É imparável o processo para a abertura do comércio, para a abertura do investimento. A economia mundial está a crescer e vai crescer nos próximos anos", sustentou.