A detenção desta portuguesa, de 38 anos, por suspeita de ligação a um grupo terrorista "está a ser acompanhada" pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

“A família da cidadã portuguesa contactou o Gabinete de Emergência Consular, que encaminhou a informação para o Consulado Geral de Londres, que investigou, confirmou a detenção e está a acompanhar a situação”, refere a secretaria de Estado das Comunidades, em resposta escrita enviada hoje à agência Lusa.

Claudia Patatas, residente na localidade de Banbury, a 130 quilómetros a noroeste de Londres, tem audição agendada no Tribunal Criminal Central de Londres para 19 de janeiro, juntamente com outros cinco homens, um dos quais o alegado companheiro.

Os seis suspeitos ficaram em prisão preventiva após a audiência no tribunal de Magistrados de Westminster, na terça-feira, onde todos se declararam inocentes das acusações de envolvimento na preparação e instigação de atos de terrorismo e de de serem membros da organização proscrita 'Ação Nacional'.

Portuguesa detida no Reino Unido por suspeitas de terrorismo
Portuguesa detida no Reino Unido por suspeitas de terrorismo
Ver artigo

Além da portuguesa, foram acusados Adam Thomas, de 21 anos e residente na mesma morada que Claudia Patatas, Nathan Pryke, de 26, Darren Fletcher, de 28, Daniel Bogunovic, de 26, e Joel Wilmore, de 24 anos.

Segundo a polícia de West Midlands, que coordenou a operação, fez as primeiras detenções e iniciou as buscas a 03 de janeiro passado, o alegado companheiro da portuguesa é acusado de posse de "informações de tipo susceptível de ser útil a uma pessoa que cometa ou prepara um ato de terrorismo".

De acordo com a imprensa britânica, o jovem, que se apresentou no tribunal de cabeça rapada, teria na sua posse uma cópia do livro "The Anarchist Cookbook" [O Livro de Cozinha do Anarquista], cujo conteúdo inclui instruções para o fabrico de engenhos explosivos.

Já Fletcher tem cinco acusações de desrespeitar uma ordem de comportamento anti-social e Bogunvic foi também acusado de uma infração separada de incitar o ódio racial, ao colar autocolantes da 'Ação Nacional' no campus da Universidade de Aston, em julho de 2016.

A polícia de West Midlands esclareceu que as detenções realizadas a 03 de janeiro foram planeadas e desencadeadas por informação e não devido à existência de uma ameaça iminente para a segurança pública.

O jornal local Banbury Guardian refere que Claudia Patatas chegou a ser libertada sob medidas de coação até à sua acusação na terça-feira.

A 'Ação Nacional', declarada oficialmente ilegal em dezembro de 2016 após três anos de existência, foi a primeira organização de extrema-direita a ser considerado proibida no país enquanto grupo terrorista, pelo que os seus membros ou apoiantes podem ser condenados até 10 anos de prisão.

Em causa estava o material que disseminado na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a atos de terrorismo.

Embora a decisão de banir o grupo tenha sido anterior ao julgamento de Thomas Mair, condenado pelo assassinato da deputada Jo Cox, que foi aplaudido pela Ação Nacional e alegadamente inspirado por ideologia neonazi.

A ministra da Administração Interna britânica, Amber Rudd, descreveu na altura a 'Ação Nacional' como "uma organização racista, antisemita e homofóbica que suscita o ódio, glorifica a violência e promove uma ideologia vil".

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.