O cartão de Cidadania Indiana na Diáspora (Overseas Citizen of India, em inglês) foi atribuído no sábado por Modi a Costa, numa cerimónia com a comunidade indiana, o último ponto da agenda na visita de um dia do primeiro-ministro indiano, a primeira visita bilateral de um chefe de Governo da Índia a Portugal.

A atribuição do documento que concede um estatuto especial a António Costa na entrada na Índia e na relação com a administração indiana foi noticiado pela agência de notícias daquele país e confirmado à Lusa por fonte do gabinete do chefe do executivo português.

O encontro de Modi e Costa com a comunidade indiana decorreu no Templo Radha Krihna, em Lisboa, tendo sido reservado à presença de comunicação social indiana.

Antes, na declaração conjunta à comunicação social, no Palácio das Necessidades, o chefe do executivo português agradeceu a forma como foi recebido na Índia em janeiro, declarando-se orgulhoso de ter sido o primeiro primeiro-ministro da União Europeia com origens indianas a deslocar-se à União Indiana.

"Já não sou o único, talvez seja uma tendência", disse, a sorrir, numa referência ao recém-eleito primeiro-ministro da Irlanda.

O primeiro-ministro indiano considerou que António Costa "representa o melhor da diáspora indiana em todo o mundo" e frisou que há muito a fazer pelo aprofundamento das relações entre os dois países.

Referindo-se à cooperação económica, Narendra Modi sublinhou que o crescimento económico indiano oferece "excelentes oportunidades" para que os dois países cresçam juntos e considerou Portugal "um dos melhores ambientes na Europa para o crescimento e empreendedorismo".

Portugal e a Índia firmaram no sábado 11 acordos que têm por objetivo o desenvolvimento do comércio, da ciência e tecnologia e envolvem a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a Portugal-India Business Hub, a Universidade do Minho, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia de Braga e a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

António Costa deu ainda conta dos avanços do trabalho iniciado desde a sua visita à Índia, há seis meses, como a concretização do investimento da empresa indiana Sakthi numa empresa de componentes de automóveis em Águeda, e a participação indiana na conferência de lançamento do 'Air Center', um centro internacional de investigação das ciências climáticas, do espaço e do mar profundo, nos Açores.

O primeiro-ministro português elegeu a ciência e a cooperação entre as empresas como os dois pilares da relação entre Portugal e a Índia.

Na sequência da invasão de Goa por tropas da União Indiana em dezembro de 1961, Portugal e Índia apenas restabeleceram relações diplomáticas após o 25 de Abril de 1974.