“O que pedimos, de facto, é que o novo ministro venha com vontade, não com promessas vãs, que disso já estamos fartos, mas que queira resolver”, disse à Lusa César Nogueira, presidente da APG/GNR, sobre a nomeação de Eduardo Cabrita para substituir Constança Urbano de Sousa à frente do Ministério da Administração Interna.

César Nogueira disse que os problemas com os quais Eduardo Cabrita vai ter que lidar “não são tão poucos quanto isso”, destacando a falta de meios humanos e operacionais na Guarda Nacional Republicana (GNR).

Numa primeira reunião, que a APG/GNR vai em breve solicitar ao novo ministro, César Nogueira espera também ver esclarecidos alguns aspetos da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), entre os quais a forma como se vai processar, “se é que se vai processar”, o descongelamento das carreiras para os profissionais da guarda.

“Esperamos que venha para resolver, que tenha peso político junto do Governo para puxar pela tutela das polícias”, disse César Nogueira.

O presidente da APG/GNR espera também que a substituição a meio da legislatura não signifique atrasos na resolução das questões referentes à GNR.

“As substituições nunca são muito boas, porque agora o novo ministro vai querer inteirar-se de todos os diplomas, de todos os aspetos, e isso é sempre perder tempo. Tempo é coisa que já não temos, por isso esperemos que já tenha conhecimento de todas as matérias e de todas as dificuldades que a GNR tem para começarmos a trabalhar”, disse.

O responsável da associação disse ainda que os guardas não vão aceitar que os problemas se arrastem, uma vez que “a GNR está quase no limite, quase em rutura, porque não consegue fazer face a todas as situações e os seus profissionais andam completamente desmotivados”.

O primeiro-ministro propôs hoje ao Presidente da República a nomeação de Eduardo Cabrita para o cargo de ministro da Administração Interna e de Pedro Siza Vieira para o substituir no cargo de ministro-Adjunto do primeiro-ministro.