Esta explicação consta de um documento enviado pelo Governo à presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, após ter sido questionado sobre o incêndio que provocou a morte 64 pessoas e ferimentos em mais de 200.

“Segundo a ANPC, houve evacuações identificadas como necessárias e que não se conseguiram realizar atempadamente, designadamente em Troviscais Fundeiros, Torneira, Casal Valada, Vermelho, Mó, Mosteiro, Várzeas, Vila Facaia e Casalinho, dada a velocidade de propagação do incêndio e dada a intensidade do mesmo”, refere o Governo, ressalvando que a consequência, até ao momento conhecida, é a existência de quatro feridos assistidos pelo INEM no local.

Apesar da necessidade de evacuar populações surgir a partir das 19:25 do dia 17, o número de pessoas retiradas “não foi registado na fita do tempo” do incêndio.

De acordo com o Governo, o primeiro alerta foi dado às 14:43 horas do dia 17 de junho para o Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria, tendo de imediato sido mobilizados 47 operacionais e 13 veículos, além de um helicóptero de ataque inicial.

O executivo refere também que, “face aos indícios recolhidos no local na madrugada de domingo, o incêndio aparenta ter causa natural”, lembrando que está a decorrer um processo criminal.

Questionado pelo CDS-PP sobre o nível de alerta operacional para aquela região no dia 17, o Ministério da Administração Interna refere que este era amarelo, compreendendo um aumento do estado de prontidão do dispositivo de combate a incêndios.

Porém, é admitido pela ANPC que “elevação do nível de alerta teria conduzido a um maior nível de prontidão do dispositivo”.

O estado de alerta especial foi elevado para laranja pela ANPC às 18:00 do dia 18 até às 23:59 do dia 20 devido “ao grau de gravidade dos grandes incêndios de Pedrógão Grande e Góis”, que obrigou a “uma excecional mobilização de meios” de combate a incêndios em todo o país.

O incêndio que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, matou 64 pessoas e feriu mais de 200.

Este fogo, juntamente com outro que deflagrou no mesmo dia em Góis, que alastrou a Arganil e Pampilhosa da Serra, terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas.

Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.