"Houve um reforço da componente política que está associada à atual solução governativa e, neste sentido, se as eleições autárquicas têm algum feito sobre a situação política nacional, outro efeito não têm do que a consolidação da solução política que está em vigor, ou seja: fortalecimento do Governo da República liderado pelo PS", afirmou.

"Não creio que haja consequência destes resultados no plano da negociação relativa à proposta de lei orçamental", acrescentou Carlos César, que falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, após uma reunião com o Presidente da República, na qual também participaram a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, e o líder da Juventude Socialista (JS), Ivan Gonçalves.

Segundo Carlos César, a proposta de Orçamento para 2018 deve ser "o mais consensual possível", satisfazendo também "o máximo possível a ambição dos parceiros sociais e dos parceiros económicos" e "o PSD, como todos os partidos, é um partido que é bem recebido" no processo de debate parlamentar.

"Se o PSD estiver interessado em contribuir para uma melhoria da política orçamental, nós recebemos isso, naturalmente, com agrado", declarou o socialista, reiterando que o Governo apresentará a sua proposta no dia 13 de outubro.

Questionado pelos jornalistas sobre possíveis efeitos dos resultados das autárquicas no processo negocial do Orçamento do Estado para 2018, o presidente do PS sustentou que "aquilo que tendencialmente é possível observar é que houve um reforço da votação nos partidos que estão associados à maioria parlamentar que apoia o Governo e houve uma diminuição na área da direita, evidentemente cada partido com a sua intensidade".

"Em todo o caso, o que interessa dizer nesta ocasião é que estes resultados não só não têm a ver com o processo negocial que está em curso para a aprovação da lei do Orçamento do Estado para 2018, como não afetam o bom relacionamento entre os partidos que apoiam o Governo", defendeu.

Referindo-se especificamente aos resultados da coligação entre PCP e PEV, Carlos César argumentou que "a CDU continua a ser um grande partido da Administração Local, tem hoje mais de 160 presidências de órgãos autárquicos, entre os quais 24 câmaras municipais".

De acordo com o presidente do PS, os resultados das eleições autárquicas não foram analisados na reunião de hoje com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que serviu, sobretudo, para "uma visão prospetiva da situação política portuguesa" e para "passar em revista as questões que envolvem a sessão legislativa que agora tem início".

Neste encontro, o PS manifestou a intenção de alcançar "progressos em áreas de grandes reformas, do ponto de vista de descentralização da Administração do Estado, designadamente por transferência de competências para a Administração Local" e "nas áreas da prestação dos serviços públicos e dos sistemas públicos", adiantou.

Quanto ao Orçamento do Estado para 2018, Carlos César considerou que importa agora prosseguir o diálogo com os partidos à esquerda para que haja "o melhor orçamento possível para corresponder àquilo que são também aspirações do PCP, as aspirações do PEV, as aspirações do BE, a opinião e as aspirações do PS" e manifestou-se confiante na sua aprovação.

O presidente do PS apontou como objetivos do próximo Orçamento do Estado garantir "a continuação de políticas de aumento do rendimento das famílias, da recuperação de direitos e da afirmação de maior justiça, inclusive no plano fiscal", mas "compatibilizando tudo isso com a continuidade das políticas de equilíbrio orçamental e de boa gestão das contas públicas".

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