"No mínimo, a forçada luta pelos direitos adquiridos levará à redução da criação de postos de trabalho e, quem sabe, à extinção, de alguns existentes. Mas, pode ir mais longe e, no pior cenário, pode levar ao encerramento a prazo da fábrica e ao regresso de elevado desemprego no distrito de Setúbal, riscos pequenos para uma esquerda que tem em jogo a sobrevivência e a luta pelo poder", disse Teresa Leal Coelho.

Numa declaração política durante a reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, e falando sobre a situação laboral na Autoeuropa, depois da greve de dia 30 de agosto, a dirigente e deputada social-democrata atacou PCP e BE, que, disse, "para chegar ao poder, vão simulando uma tolerância que não têm" relativamente à economia de mercado.

"E depois vale tudo. Vale destruir a económica portuguesa de forma exponencial, com danos colaterais e retrocessos, vale destruir o investimento estrangeiro de cerca de 800 milhões de euros, vale destruir a duplicação das exportações pela Autoeuropa, vale ameaçar a criação de cerca de dois mil postos de trabalho diretos e indiretos", argumentou.

Teresa Leal Coelho sublinhou que um dia de greve na Autoeuropa pode acarretar prejuízos de cinco milhões de euros, com uma quebra de produção de 400 automóveis, e um "impacto negativo nas exportações nacionais".

Assinalando que "sempre houve paz laboral, as negociações entre trabalhadores e a administração da Autoeuropa chegaram sempre a bom porto", a deputada do PSD perguntou: "Porquê agora esta instabilidade?".

"O que mudou? Esta é uma greve com significado político", disse, relacionando-a ao "combate à iniciativa privada, ao modelo económico" e a "uma obsessão dos partidos de esquerda".

Teresa Leal Coelho questionou ainda a postura do primeiro-ministro, António Costa, que afirmou que não lhe caber interferir no processo negocial da Autoeuropa porque a empresa é privada e a negociação é interna.

"Também não é a Altice privada? Sobre a Altice, António Costa não se coibiu de opinar", lembrou.