O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguéi Lavrov, assegurou hoje ao seu homólogo sírio, Walid al Mualem, que acordou com o secretário de Estado norte-americano que os atques dos EUA na Síria não devem repetir-se.

"Na quarta-feira falámos bastante sobre este assunto com o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e chegámos à conclusão de que algo semelhante não deve repetir-se", relatou hoje Lavrov, no início de uma reunião em Moscovo, segundo os media locais.

Lavrov, que manterá na sexta-feira consultas trilaterais com Mualem e o seu homólogo iraniano, Mohamed Yavad Zarif, disse que o ataque norte-americano de 07 de abril contra o aeródromo sírio de Shayrat teve "um papel muito provocador".

Contudo, acrescentou que, "apesar dos acontecimentos negativos dos últimos dias", Tillerson manifestou o seu empenho no sucesso de uma solução política para a Síria.

O governante russo também apelou às autoridades sírias para convidarem peritos da Organização para a Proibição das Armas Quimicas (OPAQ, na sigla em inglês) a visitarem aquele país árabe como observadores.

Segundo Lavrov, esses peritos poderão investigar tanto o lugar do ataque químico de 04 de abril na província de Idleb, que já provocou mais de 100 mortos, como o aeródromo bombardeado pelos Estados Unidos da América (EUA).

Ao mesmo tempo, denunciou as tentativas de acabar com a trégua em vigor desde 30 de dezembro passado e apelou para não se cair nas provocações para deitar por terra os progressos alcançados nas conversações de Astaná e nas negociações de Genebra.

Por seu turno, Mualem agradeceu o apoio russo após "a agressão" dos EUA e o seu veto à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Síria e manifestou dúvidas que o Ocidente aceite enviar observadores da OPAQ ao seu país.

Lavrov e Tillerson aprovaram na reunião de quarta-feira em Moscovo que se investigue o ataque químico de 04 de abril na Síria, mas discordaram quanto ao futuro do Governo do Presidente Bashar al-Assad, que é apoiado pela Federação Russa.

"Vemos que os EUA estão dispostos a investigar o ataque químico", afirmou Lavrov, numa conferência de imprensa conjunta com Tillerson, depois de ambos se terem reunido no Kremlin com o Presidente russo, Vladimir Putin.

A este propósito, Tillerson assegurou que, para Washington, o regime de Assad "planificou e perpetrou o ataque" e que este foi mais um dos casos relacionados com ataques químicos por parte do regime sírio, sublinhando que se "registaram mais de 50 casos".

Quanto ao futuro do Presidente sírio, Tillerson insistiu que "o reinado da família de Assad está a chegar ao fim" e que a comunidade internacional nunca aceitará que o líder sírio assuma algum protagonismo no futuro do país.

Rex Tillerson sublinhou que os EUA consideram "muito importante que a saída de Assad se “produza de uma forma estruturada e organizada, para que todos os grupos étnicos sírios sejam representados à mesa das negociações".

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