Numa pergunta entregue hoje no parlamento sobre a posição portuguesa em relação à situação na Venezuela, tema abordado no Conselho de Negócios Estrangeiros (CNE) da passada segunda-feira, os deputados do CDS-PP referiram que, "uma vez mais, o Governo entendeu não se fazer representar ao mais alto nível, contrariamente à larga maioria dos Estados-membros, 25 entre os 28, como, aliás, tem sido prática do Governo".

O CDS-PP indicava que, "segundo a lista de participantes, disponível online no portal do Conselho", nas sete reuniões dos chefes da diplomacia da UE realizadas este ano, "o Governo só se fez representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros uma única vez".

Uma referência que, segundo o gabinete de Augusto Santos Silva, "contém informação que é falsa".

"Desde o início deste ano, tiveram lugar oito Conselhos de Negócios Estrangeiros, sendo um deles um CNE Informal (designado por Gymnich). O ministro dos Negócios Estrangeiros participou em cinco desses oito CNEs, tendo sido uma vez substituído pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, noutra pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, e uma vez pelo embaixador de Portugal junto da União Europeia", afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado enviado esta noite à Lusa.

De acordo com o Palácio das Necessidades, Santos Silva participou nas reuniões de 6 de fevereiro, 6 de março, 29 de abril (Gymnich), 15 de maio e 19 de junho.

Os deputados questionavam também Santos Silva sobre o motivo pelo qual Portugal não esteve representado ao mais alto nível no encontro de segunda-feira, em que participou o representante permanente de Portugal junto da UE, embaixador Nuno Brito.

Já esta quinta-feira, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, tinha desafiado o Governo a explicar porque não se fez representar ao mais alto nível na reunião que decorreu em Bruxelas sobre a Venezuela, argumentando que o executivo voltou a mostrar-se fraco em "questões de soberania".

"Preocupa-nos muito saber que houve uma reunião de ministros em Bruxelas, em que o Governo não se fez representar, nem pelo senhor ministro [dos Negócios Estrangeiros], nem pelo senhor secretário de Estado, e em que há muitas dúvidas sobre qual foi, afinal, a posição do Governo português", afirmou Assunção Cristas, aos jornalistas, durante uma visita ao bairro do Loureiro, em Lisboa, enquanto candidata autárquica à capital.

Para a líder do CDS-PP, este é "um tema absolutamente atual e importante para Portugal", porque residem "400 mil portugueses na Venezuela".

Assunção Cristas lamentou, por isso, que o tema não seja "tratado ao mais alto nível": "mais uma vez, mostra fraca autoridade do Estado e um Governo fraco a tratar as questões de soberania", disse.

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