"Ao fim de 19 meses, em que já se verificam melhorias nas condições de vida dos portugueses, nesta matéria do Estatuto dos Militares, e de tudo o que nos diz respeito em termos estatutários, não vimos até agora qualquer ação da parte do ministro" da Defesa, criticou Mário Ramos, presidente da direção da ANS.

O militar falava aos jornalistas após reunir-se, na residência oficial do primeiro-ministro, S. Bento, Lisboa, com o assessor militar do gabinete do primeiro-ministro, vice-almirante Monteiro Montenegro, a quem entregou um documento dirigido a António Costa.

Antes da reunião, cerca de duas dezenas de sargentos à civil, no ativo e na reserva, concentraram-se numa rua adjacente à da residência oficial do chefe do Governo, visando alertar que "é esta a hora" de o atual executivo "marcar a diferença" relativamente ao executivo anterior.

Alterações estatutárias que permitam uma progressão mais rápida na progressão da carreira, a revisão do regulamento de avaliação antes que entre em vigor, em 2018, o reconhecimento, no grau de licenciatura, da formação do curso de sargentos, e melhores condições de assistência na doença são as principais reivindicações dos sargentos.

Segundo Mário Ramos, "são de fácil resolução" os principais problemas que afetam a carreira dos sargentos, que esperam a eliminação do posto de subsargento ou furriel como posto de ingresso no Quadro Permanente.

Para a ANS, que representa cerca de seis mil sargentos, esta alteração funcional à carreira constitui "um inqualificável retrocesso de décadas na estrutura hierárquica das Forças Armadas" e tem-se revelado "um fator de desmotivação do quadro de sargentos".

Segundo o sargento-ajudante Mário Ramos, "os quatro chefes militares concordam com algumas das propostas" da ANS e "foram unânimes" em considerar que a alteração dos postos" foi um erro do anterior" Estatuto dos Militares das Forças Armadas.

"Ora, se foi um erro, se não tem custo, é uma questão de acelerar as coisas e administrativamente resolvê-las", afirmou, acrescentando que estas questões já foram apresentadas ao ministro da tutela, Azeredo Lopes, e que "não houve resposta".

Os sargentos reclamam também o reconhecimento do grau de licenciatura à formação adquirida no curso de sargento, ao qual acedem com o 12.º ano.

A vigília, que decorreu na rua Borges Carneiro, adjacente à rua onde se localiza a residência oficial do primeiro-ministro, contou com a presença também de elementos da Associação de Praças e da Associação Nacional de Sargentos da Guarda.