"Não correu bem (a reunião). A SATA afirma que está a cumprir todo o Acordo de Empresa (AE), estivemos seis horas reunidos com a SATA reiteradamente a afirmar que está a cumprir com tudo e que são os tripulantes que não têm razão e portanto com uma atitude e postura deste género, infelizmente, os trabalhadores têm de demonstrar a sua insatisfação pelo único meio disponível que é a greve", afirmou Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), sobre a reunião realizada na quinta-feira à noite em Lisboa.

Segundo o porta-voz do sindicato, "não há outra alternativa" senão partir para a greve, considerando ser "bizarro" que a companhia aérea açoriana diga que "cumpre o acordo de empresa" quando não faltam provas por parte dos trabalhadores de que "a entidade patronal não está a cumprir o AE".

"Os tripulantes são obrigados a fazer greve dia 01 e 02 de maio e provavelmente nos meses seguintes e com até maiores reivindicações do que agora têm sido feitas porque estamos a observar que com este conselho de administração não vai ser possível negociar nada", afirmou.

Bruno Fialho admite que as posturas extremadas entre o sindicato e o conselho de administração da SATA inviabilizam "nova reunião para negociações", estimando que se possa chegar aos 80% de adesão à greve nos próximos dias 01 e 02 de maio.

"Em vinte anos de empresa, é a primeira vez que eu vejo esta postura num conselho de administração da SATA e em 15 anos de sindicato, em reuniões com inúmeras empresas, é a primeira vez que um conselho de administração tem a ousadia de afirmar que todos os trabalhadores estão errados e que a razão assiste apenas à empresa", confessa.

O presidente do conselho de administração do Grupo SATA nega as acusações do sindicato, alegando que todas as situações reivindicadas "estão resolvidas ou em vias de se resolver" e espera ainda que os trabalhadores recuem nesta greve.

"Sinceramente eu esperava que tivesse havido um recuo e eu ainda espero que o sindicato repense essa posição que é lamentável porque, por exemplo, na SATA Air Açores todas as questões que foram levantadas pelo sindicato estão resolvidas ou em vias de solução ", garantiu Paulo Meneses relativamente à SATA Air Açores que assegura as ligações entre as ilhas dos Açores.

O responsável máximo pela companhia aérea açoriana lamentou ainda a postura do sindicato para abordar questões relativas à Azores Airlines, que assegura as ligações entre os Açores e o Continente, com o sindicato a abandonar as negociações numa reunião que decorreu ontem à noite na sede da SATA, em Lisboa.

"No que diz respeito à SATA Internacional nós dissemos que íamos propor a constituição de um grupo de trabalho para avaliar quais são as melhores soluções para resolver os problemas da empresa no que diz respeito aos tripulantes de cabine. O sindicato abandonou a reunião no que diz respeito à SATA Internacional (atual Azores Airlines) não dialogando", acusou.

Paulo Meneses assume que a confirmar-se esta greve agendada para os próximos dias 01 e 02 de maio haverá consequências económicas para a empresa.

"Se houver greve, efetivamente a SATA vai ser muito prejudicada, toda a gente sabe que uma greve prejudica muito uma empresa, vai prejudicar muito a empresa e esperamos é que não seja dramática essa situação", disse.

Na sequência deste pré-aviso de greve o Grupo SATA já emitiu um comunicado onde aconselha todos os passageiros que têm voos nestas datas que "alterem a sua viagem sem custos adicionais ou solicitem o reembolso do seu bilhete".

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