Em conferência de imprensa à porta do Hospital de Santo António, no Porto, o coordenador do STFPSN, Orlando Gonçalves, manifestou-se “extremamente satisfeito” com a adesão à greve de hoje, com valores "superiores a 90%”, e referiu-se à possibilidade de uma nova paralisação mais prolongada no tempo “e com alguma indignação por parte dos trabalhadores junto ao ministério da Saúde”.

“Com esta greve pretendemos dizer ao ministro [da Saúde] que tem de respeitar os trabalhadores e que tem de fazer uma negociação séria. Até agora não houve absolutamente negociação nenhuma. Já lá reunimos uma série de vezes mas não sai nada”, assinalou Orlando Gonçalves.

O responsável do STFPSN explicou que, devido à paralisação marcada para hoje, este sindicato não pode comparecer na reunião realizada esta manhã com o ministério da Saúde e da qual resultou, por parte de outras estruturas sindicais, a suspensão da greve por tempo indeterminado iniciada a 02 de novembro dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.

“Foi uma atitude de má fé marcar esta reunião para hoje. Os sindicatos que não tinham marcado esta greve puderam comparecer. Para nós, hoje é dia de greve e os dirigentes sindicais têm de acompanhar os trabalhadores”, vincou o coordenador.

Orlando Gonçalves acrescentou que o STFPS foi convocado “na quarta-feira para uma reunião hoje às 10:30” e, “para agir dentro da legalidade, o ministério devia tê-la convocado com cinco dias de antecedência”.

“O ministério fez isto propositadamente para que não pudéssemos lá estar. É mais um episódio triste e lamentável por parte do ministério da Saúde”, notou.

O coordenador destacou que, na greve de hoje, os funcionários administrativos e os auxiliares dos hospitais “deram resposta cabal às suas reivindicações e aos comentários que o ministro da Saúde tem vindo a ter de que «este é um país pobre, de gente pobre e doente», no sentido de desmobilizar a greve”.

Ao início da manhã, o STFPSN indicou que a adesão à greve dos profissionais de saúde rondava os "95% no hospital S. João", referindo uma "adesão generalizada" nos hospitais Santo António, Viana do Castelo e Vila Nova de Gaia e Espinho.

Segundo o sindicato, os trabalhadores protestam pela valorização da carreira de técnico superior de diagnóstico e terapêutica, pelos cortes nos pagamentos de horas de qualidade, pelas 35 horas semanais de trabalho para todos, pelo acordo coletivo de trabalho nos hospitais EPE e pelo pagamento do abono para falhas.

A greve foi convocada pelas estruturas da UGT (FESAP) e da CGTP-IN (Frente Comum) para o setor da saúde, mas não abrange médicos nem enfermeiros.