"Não foi nada que não estivéssemos a aguardar. Quando foi a nomeação desta direção fomos muito entusiastas, mas o tempo encarregou-se de nos desiludir profundamente, a nós e a todos os funcionários do SEF", disse à Lusa Manuela Niza, presidente do SINSEF.

Segundo a sindicalista esta era uma situação "esperada e aguardada".

"Houve um arrastar de uma inércia que não de compadece com os dias de hoje, o serviço foi-se desgastando na opinião pública e na forma como se relacionou com os imigrantes e cidadãos estrangeiros", defendeu.

Manuela Niza afirmou que quem suceder no cargo vai encontrar um "serviço em sangue" e que vai ter muito trabalho pela frente.

"Esta saída era necessária e é necessário também que a próxima direção não incorra nos mesmos erros. O sindicato tem vindo a alertar a tutela da necessidade de ser alguém de fora, que não tenha uma noção de corporativismo que depois acaba por cair do erro de fazer do SEF uma mera polícia de migração", salientou.

A mesma fonte lembrou que a grande missão do SEF é a "parte documental" e quer que o sucessor seja alguém "liberto das teias", considerando que o serviço está exausto.

A diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Luísa Maia Gonçalves, apresentou hoje a sua demissão, na sequência de uma reunião solicitada pela ministra da Administração Interna com a intenção de a exonerar, anunciou o Governo.

"A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, convocou hoje, dia 04 de outubro, a diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Luísa Maia Gonçalves, para uma reunião com o propósito de lhe comunicar a sua intenção de a exonerar, tendo Luísa Maia Gonçalves apresentado a sua demissão", segundo um comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Administração Interna.