"[o meu constituinte] vai falar, vai colaborar com a justiça, vai esclarecer tudo", afirmou Carlos Melo Alves à chegada ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, no Campus da Justiça, onde o arguido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial a um juiz de instrução criminal.

Luís Pina, de 35 anos e com ligações à claque do Benfica No Name Boys, entregou-se ao início da tarde de quinta-feira à Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, acompanhado pelo seu advogado, que, à saída das instalações da PJ disse aos jornalistas que o seu constituinte "não matou ninguém", acrescentando que o que aconteceu "foi um acidente" provocado pela fuga aos adeptos do Sporting.

Questionado pelos jornalistas se seguiam mais ocupantes na viatura que atropelou a vítima, conduzida assumidamente pelo suspeito, Carlos Melo Alves afirmou que lhe estavam a dar "uma autêntica novidade", reiterando que o seu constituinte "nunca esteve em fuga", uma vez que não havia um mandado de detenção quando este se entregou à PJ.

Fonte ligada ao processo adiantou anteriormente à agência Lusa que o arguido, que está indiciado por homicídio simples, era o único ocupante da viatura que terá atropelado mortalmente Marco Ficini, de 41 anos e de nacionalidade italiana.

O advogado coloca ainda em causa a legalidade da detenção de Luís Pina, da forma como foi feita, depois de se ter entregado e, só passadas umas horas é que o Ministério Público emitiu o mandado de detenção, tendo Luís Pina ficado detido no dia em que se entregou.

Carlos Melo Alves espera que "se faça justiça" e que "o mediatismo" do caso não tenha influência na medida de coação a aplicar ao seu constituinte, mas reconhece que os "juízes são humanos".

O advogado contou ainda que Luís Pina foi ter consigo "a chorar", sem especificar quando é que isso aconteceu.

O início do primeiro interrogatório judicial no TIC de Lisboa estava previsto para as 09:30, depois de ter estado agendado para a tarde de sexta-feira, mas foi adiado devido à realização de uma diligência relacionada com o reconhecimento do arguido por uma testemunha.

Hoje de manhã, o interrogatório voltou a sofrer um adiamento para as 14:00, segundo Carlos Melo Alves, justificado pela consulta do processo pela juíza.

Marco Ficini, que pertencia à claque da Fiorentina O Club Settebello e era adepto do Sporting, morreu na madrugada de sábado, há exatamente uma semana, na sequência de um atropelamento e fuga junto ao Estádio da Luz, de acordo com a Polícia de Segurança Pública, que foi chamada ao local depois de alertada para a existência de confrontos naquela noite.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, a PJ refere que deteve o suspeito do atropelamento mortal em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo Ministério Público, tendo o mesmo ficado indiciado por um crime de homicídio consumado.

"Os factos ocorreram na madrugada do passado sábado, nas imediações do Estádio da Luz, em Lisboa, quando, na sequência de confrontos entre adeptos de dois clubes desportivos, o presumível autor terá atingido mortalmente a vítima, por atropelamento", relata a nota da PJ.

O atropelamento mortal deu-se horas antes de um jogo entre o Sporting e o Benfica, da 30.ª jornada da I Liga, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

O homem era adepto do clube italiano Fiorentina e do Sporting. Os dois clubes, tal como o Benfica e outras entidades, lamentaram publicamente o sucedido.

Na terça-feira, a PJ recuperou o automóvel que terá sido utilizado no atropelamento mortal.

O veículo, que foi encontrado na Amadora, foi rebocado para as instalações da PJ, em Lisboa, para ser sujeito a perícias.

[Notícia atualizada às 12h16]

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