Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Sérgio Azevedo sustentou que o esclarecimento sobre o que se passou na base militar de Tancos "é assunto de Estado, de soberania e merece tratamento privilegiado" em sede parlamentar.

Assim, os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP requereram a realização de um debate de atualidade na próxima segunda-feira, com o tema "o alegado furto de Tancos", esperando a presença do ministro da Defesa, Azeredo Lopes.

O objetivo, indicou, é a clarificação das declarações do ministro, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, na qual admitia, na ausência de provas, que "no limite" podia não ter havido furto.

Contactado pela Lusa, o deputado do CDS-PP João Rebelo defendeu que no debate de atualidade deve ser discutida "toda a temática do furto no paiol de Tancos", visando dar "uma relevância mais forte a um assunto grave e demonstrativo da incompetência do Governo".

Na entrevista ao DN e à TSF, Azeredo Lopes afirmou que "no limite", pode "não ter havido furto nenhum", porque "não existe prova visual, nem testemunhal, nem confissão".

"Por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado? E isso não pode acontecer", disse Azeredo Lopes, na entrevista.

O CDS-PP tinha requerido a presença do ministro em sede de comissão parlamentar, mas decidiu hoje retirar o pedido, em favor da marcação de um debate de atualidade, em plenário, na próxima segunda-feira, dia 18.

Na entrevista, Azeredo Lopes revelou alguns pormenores do relatório que pediu no final de junho, depois do furto em Tancos, à Inspeção-Geral de Defesa Nacional sobre o estado das principais instalações militares, concluindo que "é razoável" e que não existem "situações de fragilidade semelhantes" às de Tancos, mas admitiu que foram detetados casos em que se justificou reforçar a segurança.

Em junho, o Exército revelou a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.

Entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos estavam "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, segundo a informação divulgada pelo Exército.