O acordo foi assinado hoje em Díli por Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), por Mariano Sabino, presidente do Partido Democrático (PD) e por José dos Santos Naimori Bukar, fundador do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

"Chamamos de compromisso político e não de coligação, mas é praticamente uma coligação", explicou à Lusa Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin.

"É um compromisso assente em três critérios fundamentais: mérito, proporcionalidade e [no princípio de] que só há um chefe: o primeiro-ministro", sublinhou.

Depois de várias semanas de negociações - as eleições legislativas foram no dia 22 de julho - este é o resultado dos contactos mantidos pela Fretilin com os restantes partidos eleitos para o Parlamento Nacional.

O acordo foi assinado no dia em que se cumprem 18 anos desde o anúncio dos resultados da consulta popular de 30 de agosto de 1999, em que os timorenses votaram a favor da independência.

De fora deste acordo fica o terceiro partido mais votado, o Partido de Libertação Popular (PLP) - que chegou a estar num pré-acordo a três com a Fretilin e o KHUNTO - e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), segunda força política, que sempre declarou que se manteria na oposição.

Alkatiri escusou-se a comentar a saída do PLP do acordo inicial remetendo explicações para esse partido.

"O PLP é que saiu, eles é que terão as suas razões e têm que ser eles a explicar porque saíram", referiu.

Os responsáveis dos três partidos vão agora ao chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, para confirmar o apoio ao próximo executivo, que será liderado pela Fretilin, cabendo ao Presidente nomear o primeiro-ministro e dar posse aos restantes membros do Governo.

"Iremos os três ao Presidente da República, o que previsivelmente deve ocorrer na quarta-feira, já que na terça-feira nos vamos concentrar no Parlamento Nacional (PN)", explicou.

A tomada de posse dos 65 novos deputados do PN decorre na terça-feira, altura em que será eleita a mesa deste órgão de soberania que Alkatiri garante que será liderada pela Fretilin, mas que será alargada aos restantes partidos.

Alkatiri aproveitou para "agradecer ao povo pela lição que deu" nas últimas semanas e por ter aguardado "pacientemente e sem escaramuças, à espera de uma decisão" sobre o próximo Governo.

Até ao momento não há data para a tomada de posse do próximo Governo e Mari Alkatiri recusou-se a confirmar se será ou não o líder do executivo.

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