Numa declaração escrita, a Casa Branca considerou que a proposta bipartidária é uma "política perigosa que prejudicará a nação".

Caso o Presidente Trump receba uma proposta legislativa que inclua as propostas destes senadores republicanos e democratas os seus assessores "recomendar-lhe-ão que a vete", escreveu a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.

A emenda cozinhada no Senado (câmara alta do Congresso dos EUA) propõe a regularização de 1,8 milhões de jovens indocumentados conhecidos por "Dreamers" (sonhadores), que imigraram ilegalmente com os pais para os Estados Unidos e que ficaram desde então.

Os "Dreamers" estavam protegidos da deportação por um programa criado na administração do democrata Barack Obama, o DACA (Ação Diferida para Crianças Indocumentadas), e que Donald Trump decidiu eliminar em setembro último.

A troco da regularização dos "Dreamers" os Democratas estavam dispostos a atribuir uma verba de 25 milhões de dólares para a construção do muro na fronteira com o México, uma das mais emblemáticas promessas de campanha de Donald Trump.

O líder da maioria Republicana no Senado, Mitch McConnell, acusou hoje os Democratas de serem incapazes de apresentar "uma única proposta que tenha uma hipótese realista de passar a lei". Os Democratas, disse McConnell, deveriam, em vez disso, aceitar "a proposta extremamente generosa de Trump".

A proposta do Presidente Trump inclui um processo que poderia dar a cidadania a 1,8 milhões de "Dreamers", mas no decorrer de um período entre os 10 e os 12 anos, desde que os Democratas aceitassem a verba para o muro e restrições adicionais à imigração legal.

No entanto, os Democratas cerraram fileiras em torno dos termos do compromisso bipartidário, que também dá hipótese aos "Dreamers" de obter a cidadania e garante os 25 milhões para o muro, mas de forma faseada ao longo de 10 anos. A proposta não inclui os limites que Trump quer impor à imigração legal, tais como o fim do "sorteio de vistos" (que atribui 50 mil vistos de trabalho e residência ao ano a países com baixas taxas de migração para os EUA) e o fim do atual sistema de reagrupamento familiar.

Para converter-se em lei, uma proposta legislativa precisa da aprovação do Senado, da Câmara dos Representantes e a assinatura do Presidente.

O acordo bipartidário foi subscrita por oito senadores Republicanos, sete Democratas e um independente.