À entrada do tribunal de O Porriño (Pontevedra, Galiza, Noroeste de Espanha) - onde hoje de manhã serão abertas as caixas negras do comboio - Parras explicou que a função da comissão a que pertence é investigar "as fraquezas e debilidades" do sistema ferroviário. Tudo para "melhorar" o sistema e não para "encontrar culpados", acrescentou Parras, sublinhando que a investigação do órgão que integra é independente da investigação judicial.

As caixas negras do comboio - que fazia o trajeto Vigo-Porto, operado conjuntamente pela CP e pela espanhola Renfe - serão abertas na presença de representantes da CP, da Renfe e das gestoras das redes ferroviárias de ambos os países, a portuguesa Refer e a espanhola Adif.

O equipamento recuperado do sinistro regista as velocidades do comboio, as distâncias e os sinais que recebeu.

No entanto, não grava sons nem conversações na cabina do maquinista, apenas as comunicações com o posto de comando de Ourense, segundo explicou na segunda-feira o presidente do comité de empresa da Renfe em Pontevedra, Luis Mariano de Isusi.

O comboio descarrilou às 09:25 de sexta-feira (08:25 em Lisboa), com mais de 60 passageiros e tripulação a bordo. O maquinista, português, e dois outros elementos da tripulação, ambos espanhóis, morreram no acidente, bem como um turista norte-americano.

Cerca de meia centena de passageiros ficaram feridos no acidente, no qual um dos vagões ficou completamente tombado e outros dois semi-tombados.

A CP e a Renfe operaram conjuntamente a linha Vigo-Porto desde 2011. Responsáveis de ambas as empresas asseguraram que o comboio tinha sido alvo de revisões recentes.

Também admitiram que na zona do acidente havia obras na linha, pelo que o comboio teve de passar por uma linha secundária, o que exigia uma diminuição de velocidade.