Estas posições foram transmitidas aos jornalistas pelo secretário-geral da UGT, Carlos Silva, após uma reunião do Grupo Parlamentar do PS.

Carlos Silva considerou globalmente “realista” a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2017, disse reconhecer os constrangimentos orçamentais impostos pelas regras da União Europeia, congratulou-se com a “acalmia” agora verificada nas relações entre o executivo português e Bruxelas, mas frisou que os trabalhadores da administração pública não são aumentados desde 2009.

“Entendemos que deve ser feito um esforço em algumas matérias. Prevê-se um acréscimo de 25 cêntimos no subsídio de almoço, o que é manifestamente pouco”, lamentou, antes de se referir à medida do Governo que prevê que, a partir do próximo ano, metade do subsídio de Natal dos trabalhadores da administração pública seja pago em duodécimos.

O secretário-geral da UGT contrapôs que a forma de pagamento do Estado do subsídio de Natal deve resultar de uma “opção livre do trabalhador, porque uns já se habituaram a um valor mensal correspondente ao pagamento total em duodécimos e outros preferem receber o subsídio de Natal por inteiro em novembro”.

De acordo com Carlos Silva, o líder parlamentar do PS disse que iria colocar ao Governo esta questão da forma de pagamento do subsídio de Natal.

“Não há por exemplo desbloqueamento de carreiras em 2017 por restrições orçamentais. Penso porém que, neste quadro, o Governo poderia dar um mimo aos trabalhadores da administração pública como forma de compensação. Para além de uma melhor atualização do subsídio de almoço, pensamos que poderia ser encontrada uma solução em relação ao subsídio de Natal”, insistiu.

Perante os jornalistas, o secretário-geral da UGT criticou a “ausência” de contratação na administração pública, o que “coloca em causa a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos”.

Carlos Silva disse ainda que, tal como o PCP, também a UGT defende um aumento extraordinário de todas as pensões mínimas, incluindo as do regime não contributivo da Segurança Social.

“Na anterior legislatura, essas pensões tiveram aumentos irrisórios. O PS registou esta e outras nossas ideias, mas agora ver-se-á o que é possível acomodar”, acrescentou.