A madrugada "não ajudou o suficiente" no combate às chamas, mantendo-se três frentes que lavram em Mação, ameaçando a sede de concelho e as aldeias de Santos, Aldeia de Eiras, Castelo e São José das Matas, afirmou aos jornalistas o vice-presidente da autarquia (PSD), António Louro.

A vila de Mação, no distrito de Santarém, "está em elevado risco", podendo as chamas de uma das frentes do incêndio ir ao encalce da sede do concelho, estando à distância de "um quilómetro a direito", acrescentou.

As frentes de incêndio continuam "bastante perigosas e bastante significativas em comprimento", sendo que num concelho com 122 aldeias, "há sempre uma ou duas" que acabam por estar em risco, explanou António Louro.

Segundo o autarca, os meios necessários "finalmente chegaram", apesar de considerar que "é evidente" que os reforços chegaram demasiado tarde.

"Os meios que tivemos hoje não estiveram cá no domingo quando precisávamos deles, não estiveram cá na segunda quando precisávamos deles, nem estiveram cá na terça-feira quando precisávamos deles", criticou o vice-presidente, considerando que as próximas horas vão ser "longas" e "preocupantes".

20 mil hectares já terão ardido

Perto de 20 mil hectares já terão ardido referindo que há "cinco a sete casas" de primeira habitação destruídas. A área ardida corresponde a quase 50% da área total do concelho, sublinhou o autarca.

Segundo o vice-presidente do município de Mação, também algumas dezenas de casas de segunda habitação ficaram destruídas, bem como vários anexos, palheiros e equipamentos.

"Normalmente, a imprensa valoriza o incêndio como o grande dia da tragédia. Em territórios em que a floresta é a principal fonte de riqueza, este é só o primeiro dia dos próximos 30 anos de falta de rendimento, de falta de atividade económica, de famílias com dificuldades económicas", vincou António Louro.

Para o autarca, a tragédia vai continuar a acontecer "nas próximas três décadas em Mação".

O incêndio que lavra no concelho significa "semear pobreza, semear falta de rendimento, semear abandono do território, semear desertificação" e isso, assegurou, "vai-se sentir nos próximos 30 anos".

O vice-presidente, que falava aos jornalistas no posto de comando (situado perto da GNR de Mação), referiu que várias aldeias foram evacuadas ao longo dos últimos dias, levando à retirada de "centenas de pessoas", mas não soube referir em concreto quantas localidades foram evacuadas ou quantas pessoas é que foram retiradas até ao momento.

As três frentes de incêndio que lavram no concelho de Mação têm todas origem no fogo que começou na Sertã (distrito de Castelo Branco), no domingo.

[Notícia atualizada às 10:17]