“É incompreensível, uma loucura, um ato de gestão danosa encerrar esta estação dos CTT. Aquilo que os CTT deviam fazer era abrir uma outra loja e não fechar”, afirmou Rui Santos, que falava aos jornalistas à porta da loja da Araucária, incluída na lista de 22 que a administração da empresa quer fechar em breve em todo o país.

O autarca, que assume também a presidência da Associação Nacional de Autarcas Socialistas (ANA/PS), disse ter sido surpreendido com o encerramento e contestou a decisão alegando que se trata de uma estação dos CTT que funciona “muito bem, com muita gente, que tem filas de espera de forma quase constante e serve uma zona da cidade em expansão e com uma grande densidade populacional e vários serviços, deste a universidade às finanças".

No centro da cidade existe mais uma estação de correios, também ela com muita afluência e problemas de estacionamento.

“Não acreditamos que haja um estudo técnico, sociológico que sustente esta decisão. O único fator que sustenta esta decisão é o lucro e cada vez mais sacarem dinheiro dos CTT para distribuírem dividendos pelos acionistas da empresa”, afirmou.

Por isso, Rui Santos exigiu que seja tornado público o contrato de concessão assinado entre o Estado e a empresa que ganhou a privatização dos CTT e solicitou ainda a intervenção do Governo.

“Porque se o contratado assinado pelo anterior Governo e o concessionário não estiver a ser respeitado, ele tem que ser quebrado”, sublinhou.

Na sua opinião, é “absolutamente inacreditável” o que se passa com a empresa “que é lucrativa” e “tem a obrigação de prestar um serviço público de qualidade”.

A decisão de fechar a loja da Araucária, onde os CTT pagam renda pela instalação, apanhou de surpresa os funcionários, clientes e vizinhos do espaço.

“Vai fazer falta porque está mesmo aqui, à entrada da cidade, e é mais fácil para as pessoas que vêm das aldeias, para estacionar e para tudo. Venho aqui várias vezes e às vezes estão aqui mais de 30 pessoas à minha frente”, referiu a cliente dos CTT Maria Adelaide Silva.

Manuela Vaz de Carvalho, proprietária de um café, alertou para o “mal que o fecho vai trazer para toda esta zona da cidade”.

“É um crime absoluto contra as pessoas que de facto necessitam dos correios. Já nem falo no meu negócio, falo das pessoas em primeiro lugar, como os muitos idosos que aqui vêm levantar as suas reformas”, salientou.

Mas, segundo Rui Santos, as más notícias para o interior não ficam por aqui neste início de ano e elencou ainda o aumento das portagens no Túnel do Marão e na Autoestrada 24 (A24).

“No túnel há um aumento de portagens mas não há a reposição do controlador de tráfego, não há um simulacro de incêndio e a qualquer momento podemos ter uma catástrofe e não estão salvaguardadas as condições de segurança como sempre exigimos”, salientou o autarca socialista.

Quanto à A24, o presidente referiu que nesta autoestrada se “continua a pagar o quilómetro mais caro do país, mas as condições de segurança não são repostas”.

“Não é reposta a iluminação nos nós de acesso, os limpa-neves, os painéis de informação, os serviços de assistência que só funcionam à chamada entre as 20:00 e as 07:00 e os próprios postos SOS, alguns estão desativados”, frisou.

O presidente disse que chegou a hora de agir e, por isso, garantiu que o município vai avançar com uma campanha de alerta, colocando painéis, nos nós de acesso à A24, com a frase “entrou numa autoestrada perigosa”.

A Câmara de Vila Real vai propor, na próxima reunião da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), que se realiza no dia 12, que esta campanha se estenda a todos os municípios do Douro, no entanto, Rui Santos salvaguardou que a sua autarquia está disposta a avançar sozinha com a iniciativa, colocando os cartazes no seu território, até ao final do mês de janeiro.

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