Em resposta escrita enviada à agência Lusa, o diretor-geral da Associação de Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), José Manuel Esteves, indicou ter conhecimento de “muitas unidades de alojamento turístico (hotéis e similares) e restaurantes já esgotados” em Lisboa para a edição deste ano da Web Summit.

“Tendo em conta esta realidade e as expectativas para o evento, consideramos que o impacto económico resultante deste evento será enorme e incalculável, superior ao do ano passado”, acrescentou José Manuel Esteves.

O responsável assegurou que “Lisboa, bem como toda a área metropolitana da capital, está preparada e tem capacidade” para receber o evento, depois de se terem verificado problemas no trânsito e nos transportes públicos na cidade aquando da edição do ano passado.

Fazendo um balanço da edição que decorreu entre 7 e 10 de novembro de 2016, associações do setor falaram num aumento da taxa de ocupação na hotelaria e no alojamento local.

“Recorrendo a alguns indicadores turísticos, podemos avançar que em novembro do ano passado - mês em que se realizou a Web Summit - foram registados mais 9,3 milhões de euros em proveitos globais na hotelaria na região de Lisboa, mais 5,5% na taxa de ocupação e mais 58 mil dormidas do que se esse mês tivesse tido um comportamento de acordo com o padrão registado nos restantes meses de 2016”, indicou a Associação Turismo de Lisboa (ATL), em resposta escrita enviada à Lusa.

De acordo com a ATL, “este registo contribuiu assim para um crescimento adicional de 0,5 pontos na taxa de ocupação anual, de 0,6% nas dormidas anuais e de 1,2% nos proveitos globais anuais da hotelaria da região”.

Relativamente ao alojamento local, “a Web Summit veio ajudar” a melhorar a taxa de ocupação, segundo o presidente Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP).

Eduardo Miranda explicou que “o mês de novembro aqui há uns anos era um mês que, no alojamento local, ficava abaixo dos 50% de ocupação e que agora já começa a chegar aos 60%”.

“Nota-se claramente que, uma semana antes da Web Summit, há aqui uma ocupação maior. Estende-se a ocupação de outubro, que é uma boa ocupação, até meados de novembro”, disse, aludindo a dados do ano passado.

De acordo com Eduardo Miranda, tal acréscimo verifica-se “em toda a cidade”, já que na zona do Parque das Nações, onde ocorre o evento, “não há muitos apartamentos [são cerca de 250]” e, por isso, a proximidade geográfica “não tem grande representatividade”.

“A Web Summit também se tem espalhado por zonas como o Bairro Alto e, portanto, as pessoas não se importam de não estar exatamente no local do evento”, acrescentou o responsável.

Questionado sobre os efeitos deste aumento da ocupação nos preços, Eduardo Miranda notou que “mantêm-se os mesmos de outubro, que é época média/alta”, quando antes novembro era considerada uma época baixa.

Em causa estão valores médios de 80 euros por noite para um T0 ou um T1, adiantou.

Também ouvido pela Lusa, o presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros, vincou que a Web Summit é “um importante evento para a cidade e para o país”.

“Eventos com esta dimensão não se traduzem só em benefícios para a hotelaria e alojamento em geral, mas também para a restauração, comércio, serviços, transportes, etc.”, observou.