“Temos uma situação em que existem muitas dúvidas sobre o destino de um terço dos 149.431 veículos, cuja matrícula foi cancelada em 2016″, refere um comunicado da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero.

Para os ambientalistas, esta situação “é muito grave em termos ambientais, uma vez que os VFV [veículos em fim de vida] são considerados resíduos perigosos”.

Vários componentes dos automóveis, como baterias ou óleos usados, são resíduos perigosos, sendo “fundamental que sejam encaminhados para operadores devidamente preparados para a sua descontaminação, o que pode não ter sido o caso destes cerca de 50 mil” veículos velhos.

A Zero explica ter analisado dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) sobre o cancelamento de matrículas em 2016 e afirma ter “sérias dúvidas sobre o destino de 49.772 veículos em fim de vida”.

Por isso, pediu ao Ministério do Ambiente e à Autoridade Tributária e Aduaneira que esclareçam o que se passa.

Entre as situações detetadas, os ambientalistas destacam alguns casos em que o “cancelamento da matrícula foi feito em condições muito pouco claras”.

Segundo a associação, “10.892 veículos viram a sua matrícula ser cancelada sem ter sido emitido o obrigatório certificado de destruição, o que é ilegal face à legislação comunitária”, enquanto 15.096 tiveram a matrícula cancelada por terem sido exportados a pedido do interessado, “o que se afigura pouco plausível”.

A Zero refere ainda o cancelamento da matrícula de 7.526 veículos “porque desapareceram” e de 16.258 por falta de transferência de propriedade, “mas não se sabe qual foi o seu destino”.

A gestão dos veículos em final de vida “tem sido problemática”, principalmente devido a uma legislação sobre o cancelamento de matrículas a “prever demasiadas situações de exceção” em relação à obrigatoriedade de emissão de um certificado de destruição.

A situação, segundo a organização de defesa do ambiente, “tem levado a que a exceção acabe por ser a regra e assim muitos destes veículos acabem em sucateiros ilegais, os quais também não têm sido alvo de uma adequada fiscalização”.

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