Se nunca viu snooker, ou raramente costuma acompanhar, saiba que o ponto mais alto da época começa já no próximo dia 15 de abril. Esse referido ponto alto é o mundial, que se joga em Sheffield, em Inglaterra. Facilmente pode perceber abaixo o porquê de este ser um ano memorável e de ser, simultaneamente, uma excelente oportunidade para começar a acompanhar mais de perto este desporto.

Esta edição do mundial tem um simbolismo especial em Sheffield – celebram-se os 40 anos da realização desta prova no Crucible Theatre. É praticamente impossível apontar um único favorito à vitória este ano, sendo que há vários jogadores a perfilarem-se como candidatos ao título. De todos os 16 jogadores já apurados para o quadro final, fizemos uma análise sobre aqueles que são provavelmente os oito maiores candidatos a sagrar-se campeões do mundo, com base no que fizeram esta época e no seu historial. Deste lote, há vários que nunca provaram o sabor da vitória, com outros repetentes também à mistura.

Mark “The Shark” Selby

Apontado pela maioria dos especialistas como o grande favorito à vitória do mundial deste ano, após mais uma época a grande nível. Será o nº 1 do ranking mundial capaz de renovar o título de campeão do mundo e destronar a concorrência com o seu estilo de jogo particularmente defensivo? Ou terão os adversários os seus tacos bem preparados para abater a muralha defensiva natural de Leicester? Para que se perceba um pouco melhor a qualidade deste jogador, segue um pequeno resumo da sua carreira e da sua época.

Nacionalidade: Inglaterra (Leicester)

Idade: 33 anos

Profissional desde 1999

Ranking Atual: 1º lugar

Finais 2016/2017: 5 (Paul Hunter Classic, Shanghai Masters, International Championship, UK Championship e China Open)

Títulos 2016/2017: 4 (Paul Hunter Classic, International Championship, UK Championship e China Open)

Títulos de Campeão do Mundo: 2014 e 2016

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 466

Tacadas máximas (147 pontos): 2

Prémios monetários amealhados: 4.081.766 Libras

Judd “The Ace in the Pack” Trump

Desde que apareceu a jogar como profissional, no ano de 2005, nunca mais ninguém perdeu de vista este jovem prodígio. Tornou-se profissional aos 16 anos e desde então tem vindo sempre a crescer como jogador. Ano após ano é apontado como um dos grandes favoritos à vitória mas tem falhado sempre até agora. No entanto esta época esteve particularmente bem, tal como comprovam os números.

Nacionalidade: Inglaterra (Bristol)

Idade: 27 anos

Profissional desde 2005

Ranking Atual: 2º lugar

Finais 2016/2017: 5 (European Masters, English Open, Welsh Open, Gibraltar Open e Players Championship)

Títulos 2016/2017: 2 (European Masters e Players Championship)

Títulos de Campeão do Mundo: Nada a assinalar

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 459

Tacadas máximas (147 pontos): 3

Prémios monetários amealhados: 2.356.314 Libras

Stuart “Ball-run” Bingham

Era o “patinho feio” da modalidade até 2015, altura em que deixou o mundo do snooker boquiaberto ao sagrar-se campeão do mundo. Mas desde então tem passado muito ao lado dos bons resultados. Desde essa altura só atingiu duas finais de torneios pontuáveis para o ranking, tendo vencido apenas uma delas. Será que a vitória no Welsh Open este ano dará o “boost” necessário para Bingham erguer o troféu de campeão do mundo? A jogar com menos pressão do que ano passado, tudo é possível para este inglês.

Nacionalidade: Inglaterra (Essex)

Idade: 40 anos

Profissional desde 1995

Ranking Atual: 3º lugar

Finais 2016/2017: 2 (China Championship e Welsh Open)

Títulos 2016/2017: 1 (Welsh Open)

Títulos de Campeão do Mundo: 2015

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 328

Tacadas máximas (147 pontos): 3

Prémios monetários amealhados: 2.199.581 Libras

Ding “Star of the East” Junhui

É o único chinês a perfilar no top-16 atualmente. É, sem dúvida, um dos grandes favoritos a erguer o título de campeão do mundo em Sheffield, depois de em 2016 ter mostrado ser capaz de ombrear com os melhores, ao ter alcançado a final onde perdeu para Selby. Uma coisa é certa, se Ding estiver mentalmente bem, será extremamente difícil alguém parar o “dragão da China”.

Nacionalidade: China (Jiangsu)

Idade: 30 anos

Profissional desde 2003

Ranking Atual: 4º lugar

Finais 2016/2017: 2 (International Championship e Shanghai Masters)

Títulos 2016/2017: 1 (Shanghai Masters)

Títulos de Campeão do Mundo: Nada a assinalar

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 440

Tacadas máximas (147 pontos): 6

Prémios monetários amealhados: 2.837.750 Libras

Ronnie “The Rocket” O’Sullivan

Dispensa qualquer tipo de apresentações, pois estamos a falar daquele que é considerado por muitos um dos melhores jogadores de todos os tempos. Dotado de um talento natural para a modalidade, O’Sullivan tem no Crucible o seu teatro dos sonhos, mas também dos pesadelos, já que por várias vezes lá protagonizou episódios, no mínimo, caricatos. De qualquer forma, veremos se será este ano que o britânico alcança Sir Steve Davis em número de títulos de campeão do mundo.

Nacionalidade: Inglaterra (West Midlands)

Idade: 41 anos

Profissional desde 1992

Ranking Atual: 12º lugar

Finais 2016/2017: 4 (European Masters, UK Championship, Champion of Champions e Masters)

Títulos 2016/2017: 1 (Masters)

Títulos de Campeão do Mundo: 2001, 2004. 2008, 2012 e 2013

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 868

Tacadas máximas (147 pontos): 13

Prémios monetários amealhados: 8.892.134 Libras

John “The Wizard of Wishaw” Higgins

Estamos perante um dos nomes mais sagrados do snooker mundial. Sir John Higgins é, invariavelmente, um candidato crónico a campeão do mundo, algo que já não acontece desde 2011. Terá a idade um peso grande nas horas de maior pressão? Ou será que Higgins está como o “vinho do Porto, quanto mais velho melhor”? Certo é que esta temporada venceu apenas dois títulos e nenhum deles pontuável para o ranking, o que diz muito da época do escocês.

Nacionalidade: Escócia (Wishaw)

Idade: 41 anos

Profissional desde 1992

Ranking Atual: 6º lugar

Finais 2016/2017: 3 (Scottish Open, China Championship e Champions of Champions)

Títulos 2016/2017: 2 (China Championship e Champions of Champions)

Títulos de Campeão do Mundo: 1998, 2007, 2009 e 2011

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 664

Tacadas máximas (147 pontos): 8

Prémios monetários amealhados: 6.911.769 Libras

Marco “Hong Kong Fuey” Fu

É o segundo asiático mais bem classificado no ranking mundial, apenas com Ding à sua frente. Marco Fu é sempre uma grande incógnita e esta época é prova disso mesmo, tendo tido uma temporada de altos e baixos. Chegou à final do Players Championship e venceu o Scottish Open, onde derrotou John Higgins na final deste último. Resta saber em que forma chegará Fu a Sheffield, sendo certo que este é sempre um nome a ter em conta.

Nacionalidade: Hong Kong

Idade: 39 anos

Profissional desde 1998

Ranking Atual: 8º lugar

Finais 2016/2017: 2 (Scottish Open e Players Championship)

Títulos 2016/2017: 1 (Scottish Open)

Títulos de Campeão do Mundo: Nada a assinalar

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 448

Tacadas máximas (147 pontos): 4

Prémios monetários amealhados: 2.362.339 Libras

Barry “The Hawk” Hawkins

A “Águia” do circuito voou alto esta época, tendo vencido um major, atingido a final de outro e fixado-se como o quarto jogador que amealhou mais pontos para o ranking esta época. Já atingiu uma final do mundial em 2013 onde perdeu para O’Sullivan. É sempre difícil saber o que esperar de Hawkins, mas “por entre os pingos da chuva” este inglês pode fazer estragos este mundial.

Nacionalidade: Inglaterra (Kent)

Idade: 37 anos

Profissional desde 1996

Ranking Atual: 7º lugar

Finais 2016/2017: 2 (Northern Ireland Open e World Grand Prix)

Títulos 2016/2017: 1 (World Grand Prix)

Títulos de Campeão do Mundo: Nada a assinalar

Tacadas centenárias (Acima 100 Pontos): 232

Tacadas máximas (147 pontos): 2

Prémios monetários amealhados: 1.798.592 Libras

O Fair Play é um projeto digital que se dedica à análise, opinião e acompanhamento de diversas ligas de futebol e de várias modalidades desportivas, tal como por exemplo o snooker.

Assinando a sua coluna “The Green Passion”, Xavier Oliveira acompanha a par e passo aquilo que se passa nos panos verdes do snooker.

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