Sergei W., um jovem de 28 anos detido por uma unidade de elite da polícia alemã na cidade de Tübingen (sudeste da Alemanha), tentou especular com a queda do preço das ações do clube de futebol, tendo, para o efeito, contraído um empréstimo bancário com que comprou um elevado número de opções de venda (put options, um instrumento financeiro que aposta da desvalorização de títulos) do Borussia Dortmund, de acordo com um comunicado da procuradoria alemã, citado pela agência Associated Press.

Um jogador do Dortmund e um polícia ficaram feridos na sequência das três explosões que na semana passada visaram o autocarro que transportava a equipa para disputar um jogo da Liga dos Campeões.

Os investigadores encontraram notas no local que reivindicavam o ataque em nome do grupo radical Estado Islâmico, mas questionaram desde muito cedo a sua autenticidade.

O homem enfrenta agora a acusação de tentativa de homicídio e de responsabilidade em atentado com bomba que provocou ferimentos graves, segundo os procuradores alemães.

“Era expectável uma queda forte do preço das ações [do Dortmund] se um jogador ficasse seriamente ferido ou mesmo se fosse morto em resultado do ataque”, afirmaram fontes da investigação citadas pela AP.

Ralf Jaeger, procurador no estado alemão do Nord Rhine-Westphalia afirmou que o suspeito tinha expectativa de ganhar milhões de dólares - na ordem dos 3,9 milhões de euros, segundo o diário alemão Bild.

“Aparentemente o homem tentou cometer homicídio por ganância”, afirmou Jaeger, citado pela AP.

As ações do clube perderam 5,5% desde o dia do atentado, tendo fechado nos 5,36 euros no final da sessão desta quinta-feira, 20.

O Bild noticia hoje que a polícia procura ainda dois eventuais cúmplices de Sergei W., mas o Ministério Público alemão não se pronunciou sobre esta informação.

Os investigadores alemães indicaram ter descoberto que o computador utilizado para fazer a compra das opções de venda se encontrava no próprio hotel utilizado pela equipa do Dortmund antes do jogo e onde Sergei W. também alugou um quarto.

O suspeito colocou três engenhos explosivos com estilhaços ao longo da estrada que o autocarro deveria tomar na sua deslocação para o estádio para disputar a primeira mão dos oitavos de final da “Champions” contra o Mónaco no passado dia 11 de abril.

“Os engenhos explosivos foram acionados no momento certo”, afirmaram os procuradores, sublinhando que o autocarro não estava equipado com vidros reforçados, o que justiçou os ferimentos do defesa da equipa alemã, Marc Bartra.