Futbol Club Barcelona. O nome não é indiferente a ninguém. O emblema que faz de Camp Nou o seu palco é conhecido pela qualidade da sua equipa e pelos nomes que envergam a camisola blaugrana.

Basta olhar para os últimos 10 anos para ver alguns dos maiores nomes do futebol mundial associados à principal equipa da cidade catalã. Ronaldinho Gaúcho, Henry, Deco, Puyol, Iniesta, Xavi … Ou o expoente máximo do que é a equipa nos dias de hoje: a MSN (Messi, Suárez e Neymar).

Embalado por La Masia, a famosa academia dos blaugrana, o Barcelona assume-se como destino principal de jovens talentos. Como em qualquer outra equipa, uns dão frutos e cumprem com as expectativas neles depositadas à chegada a Camp Nou, e outros vivem na sombra daquilo que um dia prometeram.

O site desportivo Bleacher Report fez uma lista de alguns dos futebolistas que mais prometeram na última década, foram sinalizados como o futuro do Barcelona, mas e acabaram por desiludir. Aqui ficam os nomes mais sobrevalorizados no Barcelona da última década:

Bojan Krkic

De toda a lista, Krkic terá sido o que deixou a maior marca no Barcelona. Uma época de estreia sensacional, em 2007/08, colocou as expetativas bem altas no jovem espanhol de origem sérvia.

EmLa Masia as suas exibições não foram discretas: nas camadas jovens dos blaugrana, Bojan marcou quase 1.000 golos. Tudo isto fez com que batesse o recorde de um tal de... Lionel Messi, como o jogador mais jovem de sempre a estrear-se na La Liga pelo Barça, tendo merecido a confiança de Pep Guardiola com apenas 17 anos.

Melhor ponta-de-lança da Europa? Novo Messi? Novo Raúl? Bojan tinha o mundo a seus pés.

Mas do espetacular, Krkic foi ao inesperado. Perdeu o seu lugar no Barcelona e teve passagens fulgurantes por Roma e Ajax.

Tentou reinventar-se em Inglaterra, ao serviço do Stoke City (15 golos em duas épocas e meia pelos Potters) e agora, aos 26 anos, joga na Bundesliga, onde enverga as cores do Mainz, emprestado pelo clube inglês.

Adama Traoré

Na lista de futuras promessas do Barcelona, de há uns anos para cá que se salienta a quantidade assinalável de extremos. Rápidos e ágeis com a bola no pé, estes jovens olham para jogadores como Messi e Pedro e tomam-nos como grandes exemplos.

Adama Traoré era um desses nomes. Um nome que, em jovem, deixava qualquer defesa hirto. O seu poder de explosão, a velocidade e a forma como partia para cima da defesa encantavam os adeptos dos blaugrana e colocavam-no ao lado de nomes como Munir, Sandro e Alen Halilovic — todos nomes, de resto, cujo talento preconizado está ainda para ser confirmado.

Agora no Middlesbrough, depois de uma passagem pelo Aston Villa e de ter sido cobiçado por Manchester United e Liverpool, Traoré é um jogador inacabado. O talento é-lhe reconhecido, mas a capacidade de concretizá-lo, como outros nomes da sua geração o fizeram, retirou-o cedo (tem 21 anos) da rota dos catalães.

Gerard Deulofeu

As palavras de Andoni Zubizarreta, diretor da formação do Barcelona, são um bom espelho daquilo que era esperado de Deulofeu: “Nós não queremos que ninguém compare Gerard Deulofeu com Messi”.

De facto o jovem extremo, desde cedo, se mostrou prodigioso. Rápido, criativo e desequilibrador foi a cara da campanha da seleção espanhola no Euro sub-19, conquistado por nuestros hermanos. Na altura, tinha apenas 17 anos.

No mesmo período, foi promovido à equipa principal do Barcelona e toda a gente tinha os olhos postos naquele miúdo, a nova coqueluche de La Masia. Mas a explosão nunca aconteceu e Deulofeu nunca deu o passo seguinte que o faria seguir as pisadas doutros nomes icónicos da cantera barcelonista.

Acabariam por se seguir empréstimos a Sevilha e Everton, sendo que os ingleses viriam a contratá-lo definitivamente. Em terras de sua majestade, e mesmo debatendo-se com algumas arreliantes lesões, viria a dar mais um ar da sua graça, o que acabou por lhe valer a mudança para Itália, para o gigante adormecido AC Milan.

Aos 23 anos, conseguiu também voltar à seleção espanhola, mas, ainda assim, vive um presente muito distante do futuro que um dia lhe traçaram.

Gai Assulin

Gai Assulin, o Messi israelita (por jogar preferencialmente com o pé esquerdo e usar cabelo comprido), foi mais um dos talentos barcelonistas que muito prometeu.

A comparação com o argentino haveria de ser motivo de troça entre os adeptos, mas a verdade é que durante os tempos de La Masia, as evidências estavam lá. As expetativas criadas foram tais, que se esperava que Assulin viesse mesmo a tornar-se a grande estrela dos catalães.

Contudo, o israelita ficou longe de tal patamar, acabando por sair do Barcelona para o Manchester City, a custo zero. A partir daí, foi sempre a descer. Atualmente joga na terceira divisão espanhola ao serviço do Sabadell.

Sergi Samper

O jovem médio espanhol é um jogador com o selo de La Masia e dele se esperam grandes feitos. Porém, aos 22 anos, e sem espaço na equipa principal do Barcelona, o tempo começa a escassear.

Para que se possa ver o que era esperado de Samper, o jovem chegou a ser rotulado de sucessor de Sergio Busquets, atual "patrão" do meio-campo do Barça. Até agora, contudo, ainda não conseguiu cumprir, nem mesmo no Granada, onde se encontra atualmente por empréstimo.

A próxima temporada, já sem Luis Enrique aos comandos, pode a vir a ser a sua grande e última oportunidade, com um novo técnico para impressionar.

Giovani Dos Santos

Cara principal da seleção mexicana que venceu o Mundial sub-17 em 2005, Giovani Dos Santos era o futuro dos blaugrana. Rápido e com boa capacidade de decisão foi, lentamente, afastando-se do mais alto nível.

O talento sempre lhe foi reconhecido: Gio trata a bola "por tu" e faz com ela as acrobacias de que só os magos do futebol são capazes. Mas nunca conseguiu alcançar uma consistência exibicional que lhe permitisse conquistar o lugar no onze de uma equipa de topo.

Após a saída de Camp Nou, Dos Santos embarcou numa frenética troca de clubes. Passou pelo Tottenham, Ipswich, Mallorca, Villarreal e agora LA Galaxy, nos EUA. Continua a ser um jogador acima da média, mas a falta de solidez exibicional afastaram-no do nível e dos palcos onde se esperava que estivesse.

André Gomes

Acabado de se sagrar campeão europeu, André Gomes chegou à Catalunha com um mundo de promessas nos pés. Conhecedor da La Liga, o internacional português tinha dado provas no Valência onde se assumiu como peça fulcral do meio-campo.

Despir a camisola che para vestir a dos blaugrana custou cerca de 35 milhões de euros aos cofres do Barcelona. E os escassos minutos, aliados às tímidas exibições, fizeram do médio o bode expiatório dos adeptos.

Definido como uma “mistura” entre Iniesta e Rakitic, Gomes foi posto num patamar elevado. No entanto, o ex-Benfica tem estado longe do nível exibicional que convenceu os dirigentes do Barcelona a contratá-lo.

Keirrison

No Brasil, prometeu. Do outro lado do Atlântico, Keirrison, um jovem avançado com faro para o golo, desiludiu.

De toda a lista aqui apresentada, Keirrison é o que pior se saiu. O jogador que fez sonhar no Brasil não foi o que veio para a Europa. E nem as passagens, por empréstimo, por Benfica e Fiorentina, ajudaram.

Atualmente a jogar em Portugal, no Arouca, é considerado por muitos uma das piores contratações de sempre do Barcelona.

Javier Saviola

O ponta-de-lança argentino era um poço de talento. Tudo o que faltava aos nomes anteriormente apresentados, Saviola tinha para dar e vender.

Em Camp Nou as suas prestações estiveram longe de ser um desastre. Fez mais de 70 golos com a camisola do Barcelona, mas nunca foi capaz de dar tudo aquilo que prometeu e de que, em várias ocasiões, mostrou que podia ser capaz.

Chegou para ser um avançado letal. E os catalães pagaram por essa promessa nada mais, nada menos, que 15 milhões de euros. A estreia correu bem, mas em menos de duas épocas, Saviola já nem era titular.

O argentino acabaria por se mudar para o Santiago Bernabéu e aí começou a queda. Com a camisola do Real Madrid, Saviola também não conseguiu alcançar o mais alto nível.

No entanto, os seus caminhos levariam-no para o Benfica onde teria o seu melhor momento da carreira na Europa depois dos primeiros tempos no Barcelona. Na Luz, com Óscar Cardozo ao lado, formou uma dupla temível, alimentada por um seu companheiro dos tempos do River Plate: Pablo Aimar.