Em comunicado, o clube lembra que, ao abrigo da decisão do Tribunal Arbitral de julho deste ano, a SAD está obrigada a restituir verbas relativas aos “direitos de formação por atletas formados no clube nos termos regulamentares”, “mecanismo de apoio da UEFA a clubes formadores”, além do pagamento de 15 por cento “obre as transferências efetuadas pela SAD de jogadores formados no clube”.

O clube reclama cerca de 127,5 mil euros por direitos sobre as transferências efetuadas pela SAD de jogadores formados no Clube, 160 mil euros de direitos de formação e de compensação por mecanismo de solidariedade relativos aos jogadores André Felipe Lopes Almeida, Eliseu Santos, Ricardo Fernandes, Nuno Tomás, Adélcio Varela, Gonçalo Gregório, Dálcio, Rodrigo Parreira, Fábio Sturgeon, Tiago Silva, Gonçalo Tavares e Bernardo Dias.

Para o saldo em dívida reclamado pelo Belenenses acrescem ainda quase 162 mil euros “recebidos pela SAD e não entregues ao clube relativos às épocas de 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015, relativos às verbas da UEFA de comparticipação do clube formador”.

Ao todo são 449,3 mil euros, a que acresce o IVA.

“Aos valores acima referidos, somam ainda os valores apurados no saldo que se vier a verificar relativos ao cálculo de conta-corrente do primeiro semestre de 2017 e que se encontram a ser apurados”, acrescentam.

Em julho, na sequência da decisão do Tribunal Arbitral, a direção liderada por Patrick Morais de Carvalho tinha já defendido que os valores respeitantes à formação "não fazem parte da conta-corrente entre clube e SAD".

"A decisão do Tribunal Arbitral veio dar razão ao Clube de Futebol ‘Os Belenenses', na sua interpretação de que a compensação devida ao clube pela mais-valia líquida registada pela SAD na venda de atletas formados pelo clube a terceiros se encontra incluída na conta-corrente. Ao contrário, as receitas da compensação por formação e do mecanismo de solidariedade da UEFA, nos termos dos regulamentos aplicáveis, encontram-se integralmente em dívida ao clube, uma vez que não fazem parte da conta-corrente entre clube e SAD", pode ler-se em comunicado emitido então pelo Belenenses.

A SAD, liderada por Rui Pedro Soares, considerava-se credora de 338 mil euros, respeitantes a uma dívida do Totonegócio que a SAD assumiu perante a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), enquanto o clube, presidido por Patrick Morais de Carvalho, afirmava já então que a SAD devia 521 mil euros.