Entrar no top 5 das melhores ligas europeias, internacionalizar a Liga NOS, trazer mais receitas aos clubes profissionais e desenvolver o atual modelo competitivo. Estas são as linhas mestras em que se desenvolverá o plano estratégico 2019-2023 da Liga Portuguesa apresentado esta quinta-feira por Pedro Proença, presidente da Liga, no segundo dia da conferência Football Talks.

Discursando em inglês, do Centro de Congressos do Estoril para o mundo, o antigo árbitro internacional apresentou as três competições tuteladas pela Liga como verdadeiros ‘show case’ de talento.

A Liga NOS foi dada como prova da qualidade dos jogadores que pisam os relvados do campeonato português, tendo Proença realçado que 20 dos 23 convocados de Fernando Santos para o Campeonato da Europa de 2016, onde Portugal se sagraria campeão europeu, já passaram pelo campeonato português. E acrescentou. “5 dos 11 que alinharam em Saint Denis jogavam na Liga NOS”.

Mas as novidades e as mudanças viriam na sua intervenção seguinte sobre a competição que catapulta os jovens talentos, a Liga Ledman Pro. “22 equipas é demasiado”, disse Pedro Proença, que sublinhou a vontade de na época desportiva 2018/19 envergar por um modelo de “18 equipas”.

Já a Taça CTT, a mais recente competição que este ano celebrou o seu décimo aniversário, frisa que o modelo instituído de final-four “agrada a todos, a clubes e a patrocinadores”. Esta foi apresentada pela sua componente solidária, uma vez que há uma distribuição por todos os clubes profissionais que permite não só investir nos mais jovens, como também tem permitido novas experiências, relativas à introdução de novas tecnologias, uma forma de “promover a verdade desportiva”.

“O cenário era terrível quando cheguei à Liga”

As competições apresentadas, as “fábricas de criar talento”, como as classificou Proença, sofreram um rebranding, foram alteradas com base numa estratégia nova de marketing, algo absolutamente necessário, especialmente tendo em conta o cenário descrito pelo gestor aquando da sua chegada à Liga.

“O cenário era terrível quando cheguei [à Liga]”, disse o antigo árbitro internacional, revelando que encontrou uma estrutura “não profissional”, e sublinhando que a instituição que organiza e tutela três competições profissionais de futebol em Portugal - Liga NOS, Liga Ledman Pro e Taça CTT - estava descredibilizada, numa situação financeira instável - "num processo quase de insolvência" - e sem uma estratégia de marketing.

Os primeiros passos passaram por inverter esse mesmo cenário, revelou Proença, que conta que primeiro foi necessário envolver os clubes profissionais nos processos de decisão numa política de “clube e para os clubes”. Tudo para que se recriasse a instituição e se assentasse a Liga em três grandes linhas, criar valor, credibilidade e internacionalizar.

A conferência da Federação Portuguesa de Futebol, as Football Talks 2017, decorrem até ao dia 24 de março no Centro de Congressos do Estoril. Veja o acompanhamento diário do SAPO24 aqui.