O Pavilhão João Rocha encheu-se para receber uma Assembleia Geral Extraordinária do Sporting CP que prometia polémica. Convocada na sequência da interrupção da Assembleia Geral (esta não extraordinária) do passado dia 3 de fevereiro, estavam em causa alterações aos estatutos e a introdução de medidas disciplinares (que teriam de ser aprovadas por uma maioria de 75%), bem como a continuidade dos órgãos sociais em funções, liderados por Bruno de Carvalho.

O presidente do Sporting CP, eleito há pouco mais de um ano, colocou-se nas mãos dos sócios. E estes responderam afirmativamente, dando a Bruno de Carvalho uma vitória em toda a linha. “Fica, Bruno”, foi o que pareceram “dizer” os sócios leoninos, contrariando assim a expectativa do seu líder que, no final do jogo dos leões com o Astana, na passada 5.ª feira, revelou que “possivelmente” este seria o seu “último jogo como presidente do Sporting”. Não foi.

A aprovação da alteração aos estatutos do clube e do regulamento disciplinar foram aprovadas com percentagens de 87,30% e 87,8% respetivamente. Já a continuidade dos órgãos sociais foi aprovada por uma maioria de 89,55%. A Bruno o que é de Bruno, portanto.

Naquele que foi um dia decisivo para si, Bruno de Carvalho iniciou o seu discurso final, congratulando-se. "Hoje foi a prova que estamos com um Sporting Clube de Portugal pujante, vivo, que queremos um Sporting diferente", referiu.

E prosseguiu, dizendo que neste momento "não há grupos nem grupinhos" no clube, "há órgãos sociais que têm a honra de os servir", até atacar os rivais. "Nunca seremos a vergonha que eles são", disse, referindo-se aos mesmos.

"A maioria silenciosa passou a ser a maioria ruidosa - e isso é o Sporting", exultou o líder dos leões no seu discurso no final da AG, partindo depois para um ataque à imprensa.

"A partir de hoje não compramos nem mais um jornal desportivo", disse Bruno de Carvalho, incluindo ainda neste grupo o Correio da Manhã. Adicionalmente, o líder leonino pediu para que os adeptos sportinguistas "não vejam nenhum canal português de televisão, a não ser o do Sporting, como é óbvio", além de terminar com um último pedido: que todos os comentadores afetos ao universo dos leões abandonem os programas em participam e não aceitem participar noutros. "Só assim podemos alterar [o paradigma], só assim podemos ser diferentes", refere.

Depois de assumir que os resultados desta votação dão "ainda mais responsabilidade" aos órgãos sociais dos leões, Bruno de Carvalho pediu aos sócios do Sporting CP presentes no Pavilhão para cantarem o tema "O Mundo Sabe Que", que costuma ser ouvido no Estádio de Alvalade antes de cada jogo.

Em declarações aos jornalistas, Jaime Marta Soares considerou que se tratou de um "dia histórico" para o Sporting. Confrontado com as dificuldades que os jornalistas enfrentaram para acompanhar a reunião do clube, o presidente da Assembleia-Geral do Sporting disse que não tinha conhecimento e que a ter acontecido seria uma situação "desagradável". "Se aconteceu é desagradável, mas são momentos do nervosismo à flor da pele", afirmou.

Segundo relata o jornal Expresso através do site Tribuna e com imagens emitidas na SIC Notícias, um grupo minoritário de sócios do Sporting provocou incidentes com os jornalistas que estavam no estádio de Alvalade, tendo a intervenção da PSP evitado que os ânimos se exaltassem mais.

Artigo atualizado às 22h03 com as informações sobre a tentativa de agressão aos jornalistas. 

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