Hamilton tem um romance com a Cidade do México que vai além das performances no circuito do Autódromo Hermanos Rodríguez. Em 2015, terminou no segundo lugar. No ano seguinte, garantiu a pole position e venceu a corrida. Este ano, garantiu o título mundial da categoria mais importante do desporto motorizado.

Com a conquista, Hamilton continua a conquistar espaço na história dos maiores pilotos da F1, algo que procura desde a sua primeira corrida em 2007.

O piloto que nasceu para ser uma estrela

Pelas quatro medalhas de ouro que conquistou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, o americano Carl Lewis era uma lenda da velocidade nas pistas de atletismo.

Em sua homenagem, a criança nascida no dia 7 de janeiro do ano seguinte em Inglaterra foi batizada Lewis Carl Davidson Hamilton.

Como Carl, o atleta, Lewis Hamilton também seria um prodígio da velocidade. No entanto, o britânico escolheu estar dentro de um carro de Fórmula 1, motivado por um carro de controlo remoto que recebeu como presente do pai e pela habilidade nas pistas de kart.

Foi nas corridas da categoria que a McLaren o ofereceu um contrato em 1997. Lewis tinha apenas 12 anos. Uma década depois, tornou-se no primeiro negro a participar do circuito mundial de F1.

A estreia com a McLaren aconteceu ao lado do espanhol Fernando Alonso. Logo na primeira temporada, deixou todos impressionados: subiu ao pódio nas primeiras nove corridas e terminou como vice-campeão com 109 pontos, apenas um atrás do vencedor, o alemão Kimi Raikkonen, da Ferrari.

Hamilton poderia ter vencido a temporada, mas a inexperiência pressionou-o e o jovem piloto não conseguiu aguentar a pressão no GP do Brasil, onde terminou na sétima posição.

"É cedo demais para analisar as suas possibilidades, mas se a tendência se confirmar não existe nenhum motivo que o atrapalhe de ser o melhor piloto da história", avaliou Martin Whitmarsh, diretor geral da McLaren.

Lewis iniciou uma 'Hamilton mania'  que culminou, em 2007, com o lançamento de uma autobiografia denominada "My Story" (a minha história, em inglês), com menos de 23 anos de idade.

créditos: ANDY RAIN/EPA

O primeiro grande triunfo não demorou a chegar. No dia 2 de novembro de 2008, conquistou primeiro título mundial no GP de Interlagos, numa corrida que ficaria marcada por uma grande intensidade no duelo com o brasileiro Felipe Massa. A classificação final, do circuito mundial, espelhava isso mesmo: Hamilton terminava com 98 pontos e Massa com 97.

2012, o ano em que tudo mudou

O ano de 2012 foi muito importante para a vida particular de Hamilton e para a Fórmula 1. No final do ano, o britânico anunciou vínculo com a nova equipa Mercedes. Pouco tempo depois, o heptacampeão alemão Michael Schumacher anunciou que se iria reformar.

Após o quarto lugar conquistado em 2013 pela primeira temporada defendendo a sua nova equipa, Hamilton dominou os dois anos seguintes com títulos em 2014 e 2015. Neste último, iniciou a boa relação com o México.

O romance começou com uma visita a uma luta livre, em que Hamilton chegou a subir ao ringue com o lutador Místico. Em 2016, Lewis apaixonou-se pela comida do país e em 2017 conquistou o circuito mundial no autódromo mexicano.

Hamilton, jovem que deve seu nome a Carl Lewis e o primeiro piloto negro da Fórmula 1, subiu um degrau na lista dos pilotos que mais venceram o campeonato mundial da F1.

Com quatro conquistas, Hamilton igualou o francês Alain Prost e Vettel na terceira posição. O argentino Juan Manuel Fangio é o segundo piloto com mais títulos, cinco, atrás apenas do recordista alemão Michael Schumacher, com sete.

Aos 32 anos, Hamilton tem tempo e talento para se tornar o maior vencedor da história da categoria.