“É fabuloso, há anos que andávamos à procura disto”, referiu David Afonso, um português visivelmente deliciado por assistir à transmissão televisiva naquele local, repleto de bandeiras e camisolas do Benfica.

“Ainda agora vi ali as fotos de Mário Coluna. Isto é quase como voltar ao berço da nação benfiquista. Começámos aqui em Maputo, os grandes jogadores começaram aqui”, acrescentou, evocando também Eusébio.

David Afonso não foi o único a fazer a festa longe de casa.

"Para mim, que sempre vi o Benfica perto de casa, ver aqui é outra sensação. Adoro", disse Nuno Maio, abraçado a amigos moçambicanos.

A última vez que todos se juntaram assim, no bar “Eagles” (Águias), para festejar um jogo, foi quando o guineense Éder levou Portugal à vitória no Campeonato Europeu de 2016.

Hoje, foi a vez de o Benfica mostrar que o futebol faz parte dos alicerces da lusofonia.

"Não só em Maputo, acreditamos que o mundo inteiro está feliz", sublinhou Idelson Araújo, outro adepto, ao festejar o título.

Natacha Manjate e Maria Neves celebraram abraçadas e resumiram tudo em poucas palavras: "Emoção. Satisfação. Tudo".

Foi tudo o que houve depois do apito final, visível através de muitos abraços, cânticos e saltos.

Houve até quem já saltasse a pedir o ‘penta', como se lia na camisola de um benfiquista que festejava na Praça Robert Mugabe, palco de festa rija logo após a vitória do Benfica frente ao Guimarães por 5-0.

Enquanto Luisão levantava a taça no Estádio da Luz, a oito mil quilómetros de distância os carros apitavam e centenas de benfiquistas faziam a festa na capital de Moçambique.

O Benfica conquistou hoje o 36.º título de campeão nacional de futebol da sua história, o quarto consecutivo, ao vencer na receção ao Vitória de Guimarães, em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga, contabilizando 81 pontos, mais oito do que o FC Porto, que conta menos um jogo.