O hospital Maurizio Bufalini, em Cesena, Itália, confirmou a morte de Hayden, que estava há cinco dias internado em estado grave com danos cerebrais e com prognóstico reservado.

"A equipa médica verificou a morte do paciente Nicholas Patrick Hayden, que estava em cuidados intensivos desde quarta-feira, 17 de maio, no hospital Bufalini, em Cesena, na sequência de traumatismos graves que ocorreram no mesmo dia", refere o comunicado, citado pelo The Guardian.

O norte-americano Nicky Hayden, campeão mundial de MotoGP em 2006, estava internado em estado grave no hospital de Rimini, no norte de Itália, depois de ter sido atropelado por um carro quando circulava de bicicleta, na mesma zona.

De acordo com a imprensa italiana, Hayden, de 35 anos, recebeu assistência médica logo no local do acidente e foi de seguida transportado para o hospital mais próximo em estado crítico. O piloto norte-americano foi atingido enquanto circulava com um grupo de ciclistas e foi lançado para cima do automóvel que o atingiu, tendo partido o vidro da frente.

O condutor do veículo que atingiu Hayden foi submetido a um teste de alcoolemia, não tendo acusado nenhuma irregularidade. A polícia italiana abriu um inquérito para averiguar o incidente. As conclusões são esperadas em julho.

Hayden competia no campeonato do Superbikes, em que representava a equipa da Honda.

Nicky Hayden, o último herdeiro da dinastia norte-americana do motociclismo

Nicky Hayden, "The Kentucky Kid", viveu no limite, afirmando-se como o derradeiro grande nome do motociclismo norte-americano, com o título de campeão de MotoGP conquistado em 2006, mas, ironicamente, foi de bicicleta que perdeu a vida, aos 35 anos.

Hayden, herdeiro mais bem-sucedido de uma família da ampla tradição motociclista – tanto o pai Earl, como os irmãos Roger e Tommy correm em diferentes competições nos Estados Unidos -, não resistiu aos ferimentos graves que sofreu ao ser atropelado, a 17 de maio, quando andava em bicicleta em Rimini (Itália), próxima paragem do Campeonato do Mundo de Superbikes.

Do norte-americano, que atingiu o expoente máximo da carreira com o título mundial na categoria rainha do motociclismo em 2006, recordam-lhe a postura ‘cool’, o desportivismo, os gestos de generosidade, como aquele que teve para com Valentino Rossi no seu grande prémio de despedida: em vez de ceder à emoção, aproximou-se do italiano, que tinha acabado de perder o título mundial, e consolou-o.

O miúdo, que nasceu a 30 de julho de 1981, em Owensboro, no Kentucky, estreou-se no Mundial de MotoGP em 2003, ao comando de uma Honda, e com o ‘peso’ de ser uma das promessas mais seguras da última fornada do motociclismo norte-americano, então fortemente representado por Kenny Roberts Jr., campeão mundial de 500cc em 2000, Colin Edwards e John Hopkins.

Extrovertido e simpático, "The Kentucky Kid" estava destinado a ser piloto: começou no motociclismo aos três anos e um ano mais tarde já corria, seguindo religiosamente, pela televisão, os seus ídolos da época. Aos 11 anos, disputou a sua primeira prova de velocidade com uma ‘minibike’ e, aos 16, já era profissional.

Hayden chegou à categoria rainha, depois de se ter sagrado o mais jovem vencedor do campeonato norte-americano de Superbikes, para ser o companheiro de equipa de Rossi e para abraçar o dorsal 69, o mesmo que o seu pai costumava usar – a justificação, segundo Earl, era que o número era o único que se conseguia ler da mesma maneira, visto de cima ou de baixo.

No primeiro ano no MotoGP, terminou o campeonato em quinto, um feito que lhe valeu o prémio de ‘rookie’ do ano, mas no seguinte teve uma época difícil, sendo alvo de muitas críticas.

A primeira de três vitórias chegou em 2005, em ‘casa’, no circuito de Laguna Seca, e o único título um ano depois, à frente de Rossi, o pentacampeão em título. A partir daí, nada foi igual: apesar de a sua moto estar equipada com o número 1, Hayden não mais descobriu a fórmula do sucesso, ficando sucessivamente fora do ‘top 5’ do Mundial (o sexto lugar de 2008 foi o seu melhor resultado).

Depois de uma trajetória de 12 anos no MotoGP, de 2003 a 2008 na Honda, entre 2009 e 2013 na Ducati, e nas duas derradeiras temporadas numa Honda satélite, Hayden, com problemas numa mão, mudou-se para o Mundial de Superbike em 2016 e por lá ficou.

Através das redes sociais, colegas e admiradores expressam condolências.

"Descansa em paz NickyHayden. Os meus pensamentos estão com a sua família. Muita força à sua família. É um dia muito triste para o desporto", escreveu o piloto de Fórmula 1 Felipe Massa.

"Não acredito... o gajo mais descontraído e bom que alguma vez conheci num paddock na minha vida! Adoro-te Nick!", escreveu o piloto de MotoGP Aleix Espargaró.

Alvaro Bautista Arce, também piloto de Moto GP, escreve na mesma rede social que "é um dia difícil para a família dos Motores. Descansa em paz Nicky Hayden".

Miguel Oliveira, piloto português do Campeonato de Moto2, deixou uma mensagem breve: "Viaja em paz Nicky. É um dia muito triste".

O também português Félix da Costa fez questão de deixar condolências: "Não acredito! Descansa em paz Nicky Hayden. Os meus pensamentos estão com toda a família."

Loris Capirossi, campeão de Moto2 - por uma vez - e de Moto3 - por duas vezes - também se despediu através do Twitter.

Danny Kent, campeão de Moto3 em 2015, lembra "o gajo mais porreiro do paddock. Tão triste. Sempre nos nossos corações", acrescentou. O piloto deixou ainda publicada uma conversa entre os dois.

(Notícia atualizada às 19h07 com biografia de Nicky Hayden)

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