Pedro e Carol Henrique nasceram no Rio de Janeiro. No Brasil tornaram-se surfistas profissionais. Pedro tem 34 anos, foi campeão mundial júnior de 2000 e ex-top do World Surf League (WCT), competiu no circuito WQS e ocupa o 116º lugar do ranking mundial. Carol é mais nova. Tem 21 anos. É profissional desde os 16 e ocupa o 26º lugar do ranking.

No curriculum de Pedro Henrique e Carol Henrique consta ainda o título nacional de Portugal, em 2016, na então Liga Moche. “É algo inédito”, sublinha Pedro. Um título só possível por causa do avô nascido na Serra da Estrela e que lhes permite ter dupla nacionalidade. “Geleberto”, assim se chamava. “Um nome requintado”, diz sorrindo Carol, referindo-se ao avô que partiu para o Brasil, “casou, teve quatro filhos, um deles o meu pai”, conta.

Pedro Rodrigues está em Portugal há seis anos. “Foi uma mudança radical. Não mudei por causa do surf, mas sim por causa da família, a minha mulher e os dois filhos”. Queria “ter uma vida diferente da que tinha no Rio de Janeiro”, recorda. Com anteriores passagens por Portugal - “desde criança que vinha cá” - e mais tarde “por causa de provas internacionais em Ribeira d’Ilhas”, Pedro compete hoje no circuito nacional, depois de ter recuperado a forma para tentar entrar na elite mundial, um caminho que não tem sido fácil por causa da “falta de patrocinadores”, lamenta.

A habituação ao país foi fácil. Com sotaque carioca ainda bem presente refere que foi responsável pela vinda da irmã, que já era profissional no Brasil. “Aqui tem mais chances de prosseguir a carreira e desenvolver-se em todos os aspetos”, salienta.

Depois, recorda Pedro Henrique, vieram ainda os pais e o irmão do meio, que escolheu outros terrenos. “Joga futebol. Esteve no Estoril, mas agora não sei, muda muito”, diz o surfista com uma gargalhada.

Carol Henrique pouco difere do irmão Pedro. Seja na estatura baixa ou no jeito Carioca, com um sorriso sempre nos lábios. A surfista deixou-se convencer e veio para Portugal três anos depois de o irmão aterrar em solo luso.

“Aqui sei que posso evoluir, e os sponsors podem ser uma mais-valia para a minha carreira. Senti que a minha vida é esta e que sou profissional”, começa por dizer.

Carol acredita no crescimento do surf feminino e na valorização dada pelos patrocinadores. “Surf é desporto, mas é também sensualidade. E as mulheres têm sabido por isso em prática. Muitas são modelos”, atira.

Treinada por Rodrigo Sousa, refere que quando chegou a Lisboa habituou-se "muito bem”. Hoje quando viaja pelo mundo sente algo que só tem tradução na língua portuguesa. “Sinto saudade de Portugal”, conta.

O avô está bem presente na cabeça de Carol. “É engraçado, eu nasci lá no Brasil, agora estou em Portugal, o meu avô já morreu. Era interessante ele saber isso”.

Carol e Pedro Henrique, irmãos, luso-brasileiros, campeões nacionais em título, juntos partem para a Liga MEO Surf 2017 com o objetivo da revalidação do troféu.

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