Vasco Pascoal, número 96 do ranking mundial, veio do ténis, mas através dos amigos começou a jogar padel. Há quem confunda com o ténis, mas aqui “é tudo diferente”, diz o jogador em entrevista ao SAPO24. “O campo de jogo é diferente, a raquete é diferente, a bola é diferente.” Mas afinal, o que é isso de padel?

O padel chega a Portugal na década de 1990. É a empresa espanhola All Padel que constrói o primeiro campo no Lisboa Racket Center. É também quem organiza os primeiros jogos internacionais e traz a Portugal alguns dos melhores jogadores desta modalidade, criada nos anos 1960 por um milionário mexicano que não tinha espaço em casa para um court de ténis de tamanho regulamentar.

Esta modalidade, porém, não teve de imediato o sucesso que se esperava no nosso país, sendo jogado apenas pela comunidade espanhola que residia em Lisboa naquela altura. É aliás em Espanha e na América do Sul que este desporto tem mais sucesso.

Só já no final do milénio o padel se começa a desenvolver, com dois campos a serem construídos em Vila Real de Santo António e, mais tarde, três novos espaços para a prática da modalidade foram construídos em Cascais.

É com a construção destes campos na Quinta da Marinha que nasce uma associação que promove a modalidade e organiza um circuito de torneios sociais e competitivos, começando Portugal a participar nas provas internacionais de padel. Em 2008, Portugal é palco do Campeonato Europeu de Padel e consegue a melhor classificação de sempre: o 3.º lugar.

Hoje, explica Vasco Pascoal, graças ao trabalho da Federação Portuguesa de Padel (FPP) a modalidade está a crescer. "Está a ser bem divulgado", considera o jogador e também treinador em entrevista por telefone ao SAPO24, já depois de ter sido afastado do Lisboa Challenger, torneio da modalidade que está a acontecer por estes dias em Lisboa.

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"É fácil de praticar", diz. "É um desporto viciante, fácil de praticar. A bola está muito tempo em jogo", o que traz um ritmo mais rápido ao jogo. "O campo é curto, por isso a bola vai muito rápido. Não temos tempo entre golpes", explica o jogador de 28 anos.

A pares, com uma raquete e uma bola. O padel é jogado num campo retangular, com 10 metros de largura por 20 metros de comprimento e uma rede no meio. A toda a volta, estão paredes de três metros de altura, paredes essas que desempenham um importante papel no jogo. À parte isso, o sistema de pontuação é emprestado do ténis. A bola, apesar de ser parecida à do ténis, é ligeiramente mais pequena e está também regulamentada pela Federação Portuguesa de Padel.

Os serviços são obrigatoriamente abaixo da cintura, podendo a bola ser batida depois de bater no chão ou numa parede - mas só pode ser batida uma vez antes de passar novamente a rede.

Números da Federação Portuguesa de Padel estimam que haja cerca de 7 a 9 mil praticantes ocasionais e regulares da modalidade, só filiados são quase quatro mil, em mais de cem campos espalhados por todo o país. O calendário do padel em Portugal tem 52 torneios.

É um jogo social. Com um ritmo diferente do do ténis e jogado por quatro pessoas ao mesmo tempo num campo mais pequeno (num campo de ténis podem caber até três de padel). Pode ser jogado em família e é relativamente fácil de aprender a jogar.

Ainda assim, ressalva a FPP, “[o] facto de ser fácil de aprender e ser jogado por mulheres e homens de todas as idades não quer dizer que o Padel seja um desporto limitado, quer em termos estratégicos, quer em termos físicos.”

Lisboa é por estes dias palco de uma etapa do circuito mundial de padel (24 a 28 de maio). São 66 pares masculinos a disputar o segundo challenger internacional da temporada de 2017.

A dupla nacional Vasco Pascoal e Miguel Oliveira estreou-se nos oitavos de final da prova, frente ao espanhol Christian Fuster e ao brasileiro Francisco Gomes. Entraram em campo com um wild card, mas não conseguiram contrariar o favoritismo dos adversários, perdendo por 6-4 e 6-3 em duas partidas.

Para além deles, Diogo Rocha, o melhor português, número 64 do ranking mundial, forma dupla com o espanhol Antonio Luque, número 50, subindo ao terreno de jogo nos 16 avos contra Ale Galán (27.º no ranking), de Espanha, e Juan Cruz Belluati (28.º), da Argentina.

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