O futebol vive um novo paradigma: o negócio do ‘desporto rei’ está a evoluir e começa a dar provas de que pode dar lucro e ser mais sustentável. Esta é a principal conclusão do relatório da segunda edição do “The European Champions Report” [Relatório dos Campeões Europeus] que compara o desempenho financeiro dos campeões nacionais de 12 ligas europeias.

Num lote que inclui AS Monaco FC, Beşiktaş JK, Celtic FC, Chelsea FC, FC Basileia 1893, FC Bayern Munique, FC Spartak Moscovo, FC Viitorul Constanta, Feyenoord, Juventus FC e Real Madrid CF, o SL Benfica é o campeão dos lucros.

O clube da Luz conseguiu mesmo duplicar os lucros depois de impostos, registando um valor de 45 milhões de euros, sendo que na época 2015/2016 apresentou lucros, após impostos, no valor de 20 milhões de euros.

De acordo com a análise feita pela KPMG, os lucros, em larga medida, devem-se à venda de jogadores, sendo destacadas as transferências de Victor Lindelöf para o Manchester United (lucro líquido de € 23 milhões) e de Gonçalo Guedes para o Paris Saint Germain (lucro líquido de € 26 milhões).

Outro fator determinante para os resultados alcançados pelo clube encarnado foram as receitas da UEFA, da qual o clube, tal como outros de fora dos principais mercados, está muito dependente. Estas representam 22% das receitas operacionais totais - um cenário de dependência a que se juntam AS Monaco FC (45%), Celtic FC (30%), Beşiktaş JK (28%), Juventus FC (27%) e FC Basileia 1893 (26%).

De a salientar que todos os clubes analisados aumentaram as receitas operacionais e conseguiram resultados financeiros positivos. Para Andrea Sartori, diretor-geral para o Desporto da KPMG, "o futebol é um negócio em crescimento e praticamente todos os clubes analisados aumentaram as receitas operacionais face ao ano anterior".

"As receitas geradas pela Liga dos Campeões da UEFA continuam a ser um forte impulsionador deste crescimento, especialmente para clubes de tamanho médio, pois têm impacto direto não só nos contratos de direitos televisivos, como também nas receitas de bilheteira (mais jogos em casa) e comerciais (ganhos com patrocínios)", acrescenta Sartori.

A Liga dos Campeões surge sem dúvida em evidência neste relatório que espelha bem que um bom desempenho na maior competição europeia de clubes pode valer mais lucros. É por isso curioso notar que os três clubes com maiores rácios entre receitas e custos com pessoal foram Real Madrid (61%), Juventus FC (64%) e AS Monaco (69%), todos campeões nos seus países que chegaram, no mínimo, às meias-finais da 'Champions'.

No que toca às receitas operacionais, o Real Madrid CF é, sem surpresa, o campeão, amealhando 671 milhões de euros. Contudo o clube espanhol está ligeiramente atrás do Manchester United FC, que não é abrangido neste trabalho por não ter sido campeão no seu país. Em segundo lugar deste ranking surge o FC Bayern Munique (€ 588 milhões), apesar da estagnação das suas receitas, em resultado de não ter participado nas meias-finais da Liga dos Campeões pela primeira vez em seis anos.

Os campeões espanhóis surgem também destacados no ranking devido ao aumento de 32% nos custos com pessoal que faz com que os madrilenos tenham a maior folha de pagamentos do futebol mundial, com um valor a rondar os 406 milhões de euros.

Ainda assim, todos os campeões europeus analisados apresentam lucros depois de impostos. Apesar das mediáticas transferências de jogadores a que temos assistido e do aumento dos custos com pessoal, a indústria caminha num sentido em que é possível que os clubes sejam lucrativos. Neste cenário, os emblemas que se destaquem na formação e venda de jogadores tenderão a ter vantagens competitivas. A título de exemplo refiram-se os casos de Chelsea FC, Juventus FC e SL Benfica, com as transferências de Óscar, Pogba, Gonçalo Guedes e Lindelöf. O Benfica duplicou os lucros após impostos no ano passado, para um total de €44,5 milhões, enquanto a Juventus FC aumentou os lucros em quase €40 milhões em relação ao ano anterior ".

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