A equipa de futebol do Sporting Clube da Vista Alegre (SCVA) subiu este ano à 1.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Aveiro. Para a estreia no campeonato, que decorre no próximo dia 10, diante o U.D. Tocha, o braço desportivo da Vista Alegre, fábrica centenária de porcelana portuguesa, criada em 1824, tem uma surpresa reservada aos adeptos. Apresentará o seu novo e disruptivo equipamento.

A nova camisola da equipa do Lugar de Vista Alegre, clube fundado em 1952, em ílhavo, tem a assinatura de autor do designer espanhol Jaime Hayon, um dos mais prestigiados e galardoados criadores da atualidade, tendo dirigido o departamento de Design da Fábrica da Benetton durante seis anos, e a quem a revista Time incluiu na lista dos 100 maiores criadores da atualidade.

O enfant-terrible do design que desenhou para a VA a premiada coleção Folkifunki replica, desta forma, e em estreia, para o campo de futebol e para as camisolas do SCVA, o imaginário pictórico, geométrico, folclórico e fantástico que caracterizam as suas coleções que servem para decorar as mesas e salas. Uma transposição feita sem se desviar das cores do clube-empresa.

“A Vista Alegre é uma marca portuguesa com quase 200 anos de história que tem apostado ao longo de toda a sua história no design e na inovação. Quisemos agora transferir esse ADN para o Sporting Clube da Vista Alegre e à sua equipa de futebol, trazendo a colaboração de Jaime Hayon”, frisou Nuno Barra, administrador da Vista Alegre, patrocinadora da equipa de futebol do SCVA. “Esta iniciativa pioneira no universo desportivo permite ainda o uso da camisola como suporte de comunicação, numa integração total e inovadora entre patrocinador-patrocinado, aproximando-a da imagem da marca”, acrescentou.

António Lourenço, Presidente do Sporting Clube da Vista Alegre e Diretor de Logística da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, empresa onde trabalha há duas décadas, regozija com a nova “malha”.

“Estreamo-nos esta temporada na 1ª Divisão Distrital com um equipamento que é uma obra de design internacional, mas garanto que não é apenas pela camisola que vamos surpreender. Vai ser em campo!”, promete o presidente e colaborador da Vista Alegre, um combinação de cargos que os estatutos do clube, criados em 1952, e que dão origem ao atual Sporting Clube da Vista Alegre (embora existisse futebol desde agosto de 1915, data da inauguração do campo de jogos), obrigam.

Antes do arranque da época do clube conhecido como “Talé” António Lourenço deixa uma palavra aos fiéis adeptos cujo nome é inspirado na matéria-prima da fábrica. “Os Ultras-Porcelana são um grupo fantástico de jovens. Seja em que lado for, a nossa claque não nos falha. E tenho a certeza que vão vestir esta nossa camisola”, frisou.

Ligação secular da Vista Alegre ao futebol. Pinto Basto na origem da Fábrica, da introdução do desporto-rei e da equipa em Ílhavo

A aposta no design das camisolas, como veículo de marketing desportivo, já antes acontecera para os lados do clube de Ílhavo. Na época de 2014-2015, o clube, na altura na II Divisão Distrital B, delegou nos adeptos a escolha, entre três propostas, do então equipamento.

A escolha, então, recaiu sobre um design da coleção “Transatlântica”, da autoria do designer brasileiro Brunno Jahara, que concebeu aquele que é, hoje em dia, o serviço de mesa mais vendido da marca portuguesa de porcelena em todo o mundo.

Depois do regresso do futebol sénior em 2013 (interrompido desde 2005), o Sporting Clube da Vista Alegre, clube-empresa que, com as devidas comparações, tem a génese idêntica a clubes como o PSV Eindhoven (Phillips), o Bayer Leverkusen (farmacêutica Bayer), Wolfsburg (VW), Juventus ( grupo Fiat), encetou, em quatro anos, um projeto desportivo arrojado que colocou este clube amador na antecâmara do Campeonato de Portugal.

O braço desportivo da Vista Alegre que nasce dentro do Bairro Social da Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre, empresa que está indissociavelmente ligada à introdução do desporto-rei em Portugal. Com efeito, a família Pinto Basto, fundadores da Vista Alegre, 1824, teve igualmente um papel fundamental na introdução do futebol em Portugal, tendo os bisnetos do fundador, Guilherme e Eduardo Frederico Pinto Basto organizado o primeiro jogo de futebol público que se realizou em Portugal, um frente-a-frente entre uma equipa de 11 portugueses contra 11 ingleses, a 22 de janeiro de 1889, nos terrenos onde agora está instalada a Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, uma partida descrita, em crónica, no “Jornal do Comércio”, com o título: “O ‘Match’ no Campo Pequeno – A mulher peluda no Jardim Zoológico”.