Rui Vitória, que falava em conferência de imprensa de antevisão ao encontro com o Sporting, relativo à 16.ª jornada da Liga, considerou que o clima de suspeição em torno do Benfica – o mais recente a alegada viciação de resultados no jogo da época passada com o Rio Ave – é leviano e deixa marcas que não se apagam, nos jogadores e não só.

“A facilidade como se levanta a poeira e se deixa o pó andar pelo ar sem se pensar em consequências é algo que me deixa abismado. Ninguém pensa nas famílias dos jogadores, dos treinadores, nos clubes envolvidos. Faz lembrar a história de um amigo que conta que, quando se rompe um saco de penas, elas espalham-se por todo o lado e já não se conseguem meter as penas outra vez no saco. É isso que acontece”, disse.

O treinador não tem dúvidas e salienta mesmo que todo o cenário montado em torno do Benfica tem um alvo claramente definido.

“Isto já não é um ataque e uma afronta ao presidente, ao treinador, ao assessor do Benfica. É uma afronta ao coração do Benfica e é isso que os benfiquistas têm de entender. Isto foi feito para nos dividir e agora cabe-nos a nós decidir. É tocar no símbolo do Benfica. Dividem-nos se nós quisermos”, rematou.

O treinador saiu também em defesa de todos quantos representaram os ‘encarnados’ que trabalharam pela conquista dos títulos nacionais nas últimas quatro épocas.

“Eu não admito que se meta com aquilo que é o meu trabalho, o trabalho dos meus jogadores, de quem cá esteve antes a trabalhar. Não se batem recordes, não se ganham tantos títulos, não se tem as exibições que nós tivemos no passado de ânimo leve. Não aceito que se ponha em causa isso e não falo só por mim, falo pelos meus jogadores e por quem já cá não está. Isto foi ganho com muito trabalho, muito sacrifício e muitas horas de dedicação”, concluiu.

O Benfica, terceiro classificado da I Liga, com 36 pontos, recebe esta quarta-feira, às 21:30 horas, o Sporting, que divide a liderança com o FC Porto, com 39, em jogo da 16.ª jornada da I Liga.