O Torneio das 6 Nações arranca este sábado, 4 de fevereiro e termina 18 de março.

A Inglaterra parte na defesa do título, defrontando a França, em Twickenham. No outro jogo de abertura a Escócia recebe, em Murrayfield, Edimburgo, a Irlanda. A Itália defronta o País de Gales, no Estádio Olímpico de Roma.

Numa edição com nova pontuação - 4 pontos por vitória e 2 por derrota e bónus para quem marcar mais de 4 ensaios - na mais antiga competição entre seleções, criada em 1883, os ingleses, que estagiaram em Portugal, partem como favoritos.

A seleção rosa orientada pelo australiano Eddie Jones (desde novembro 2015) soma 13 triunfos consecutivos e foi a única equipa mundial invicta em 2016. Na última edição das 6 Nações conseguiu o primeiro Grand Slam em 13 anos, regressou imaculada de uma digressão à Austrália e somou por triunfos todos os jogos disputados na janela internacional de novembro, ocupando o 2.º lugar do ranking mundial atrás dos All Blacks, bicampeões do mundo.

Outra das favoritas é a Irlanda (4.ª no ranking mundial). Recebe os ingleses na última jornada, em dia de St. Patrick. O ano de 2016 ficará para sempre gravado na história do râguebi irlandês: venceram as três potências do hemisfério sul, derrotando pela primeira vez os All Blacks, 111 anos depois do primeiro confronto (30 jogos no total entre as duas seleções, sendo que empataram um e perderam 28).

O País de Gales (5º), segundo classificado no ano passado, de Rob Howley, vencedor em 2013, recebe a Inglaterra e a Irlanda, enquanto a França (8º) tenta recuperar o élan perdido. Por último, a Escócia despede-se do treinador neozelandês Vern Cotter e a Itália, que conseguiu em 2016 a histórica proeza de derrotar a África do Sul e depois de muito de discutir se se manteria entre as poderosas nações europeias (a Geórgia, 12º lugar do ranking mundial, à frente dos transalpinos, terá que esperar) resta-lhe ser candidata à “Colher de Pau”, título atribuído ao último classificado.

Com a Inglaterra a seguir o “Brexit” no campo politico, no relvado, o XV da Rosa segue ao lado dos cinco países europeus. Inicialmente com outro nome e formato, tal como na construção europeia, sofreu ao longo dos 134 anos, alargamentos, uma expulsão e regresso, foi interrompido devido a Guerras Mundiais, foi batizado e rebatizado e desde 2000 assume o formato de 6 Nações. Expliquemos o torneio em seis passos.

1. Como tudo começou: o mais antigo torneio entre seleções  

Em 1882 a Inglaterra viajou até Swansea, no País de Gales, para uma partida de râguebi. Esse jogo marcou o arranque duma competição que iria, no ano seguinte, envolver as quatro nações do Reino Unido: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda. O Home Nations marca o nascimento da mais antiga competição entre seleções.

2. Do Home Nations às 6 Nações: França, as Guerras e a entrada da Itália

A Inglaterra foi a primeira vencedora, Gales, o último a conquistar o Home Nations. Disputou-se até 1909. Com alguma controvérsia à mistura, não se realizou por três vezes (1885, 1887 e 1888). Em 1910, a França é convidada a entrar. E a competição é batizada de “Torneio das 5 Nações”. Sofrendo uma interrupção entre 1915 e 1919, por causa da 1ª Guerra Mundial, mudará outra vez de nome após a expulsão, em 1931, da França, debaixo da acusação de “profissionalismo” num desporto assumidamente amador. O torneio volta a designar-se Home Nations, de 1932 a 1939.

A França é reintegrada nas vésperas da 2ª Guerra Mundial que iria obrigar a nova interrupção. De 1947 a 1999, as 5 Nações defrontam-se entre si. Com a Europa em paz, disputou-se todos os anos, à exceção de 1972. Problemas políticos impediram a realização do Irlanda-Escócia, em Dublim. Nas vésperas do novo milénio, chega novo alargamento. Em 2000 entra a Itália e a prova é rebatizada. Começa o “Torneio das 6 Nações”. Que vigora até hoje.  

 3. Quantos jogos e em que sistema

A regra é simples: cada equipa joga dois jogos em casa, três fora. No ano seguinte inverte. Ao todo cada equipa faz 5 jogos.

4. Quem ganhou no ano passado e quem tem mais títulos

A Inglaterra é campeã em título. Desde que se disputam sob a designação de “6 Nações”, divide, com a França, as seleções com mais conquistas: cinco cada. Nas três competições – Home Nations, 5 Nações e a atual 6 Nações –, a Inglaterra tem 35 vitórias (30 se excluirmos as edições reservadas a Britânicos). Sendo que houve anos em que o título foi partilhado; sozinha, lidera o ranking com 17 vitórias.

5. Os outros troféus: Grand Slam, Triple Crown e Colher de Pau

O Torneio das Nações soma muitos anos, mas durante vários as vitórias não eram materializadas. O primeiro troféu é criado em 1993. Foi atribuído à França.

Quem vence todos os 5 jogos em disputa, ganha o “Grand Slam”. Inglaterra soma 13. Das seleções da Home Nations, quem ganha todos os jogos fica com o “Triple Crown”. Datada de 1884 era conhecido como o troféu invisível e somente em 2006 foi atribuído algo físico, então pelo primeiro patrocinador, Royal Bank of Scotland. Mais uma vez os ingleses estão na dianteira, com 25.

Diversas competições individuais surgem debaixo do chapéu-de-chuva das 6 Nações. A mais antiga, a Calcutta Cup, que decorre desde 1879, é um “concurso” anual entre a Inglaterra e a Escócia. O Millennium Trophy é atribuído, desde 1989, ao vencedor do Inglaterra-Irlanda. No mesmo ano, Centenary Quaich premeia o vencedor do Escócia-Irlanda. Para não ficarem fora, França e Itália, disputam, desde 2007, Giuseppe Garibaldi, troféu criado para homenagear o 200º aniversário do nascimento de Garibaldi, general francês, responsável pela unificação da Itália.

6. Novas regras e nova pontuação para incentivar o jogo ofensivo

O torneio é mais que centenário, assim como as regras. Mas este 6 Nações poderá inaugurar uma nova era. A pontuação, embora em teste, é nova. E feita a pensar no jogo ofensivo. Assim quem ganhar soma 4 pontos, a igualdade vale 2 (contra os 2-1).  Quem conseguir mais de 4 ensaios ou quem perder por menos de sete pontos de diferença leva um ponto bónus. E quem conseguir o Grand Slam recebe mais 3 pontos.   

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