Esta instituição avisou também que pode aumentar o programa de compra de ativos ou prolongá-lo no tempo se isso for necessário para garantir a solidez da moeda única e garantir uma inflação perto de 2%.

"Se as perspetivas de evolução da economia se tornarem menos favoráveis ou se as condições financeiras se tornarem inconsistentes com um progresso adicional para um ajustamento sustentável do caminho da inflação, o Conselho de Governadores tenciona aumentar o programa em termos de volume e/ou duração", lê-se num comunicado distribuído pelo BCE.

Assim, a principal taxa de refinanciamento continua em 0%, o mínimo histórico que foi fixado em março deste ano, o mesmo acontecendo com a taxa de depósitos, que permanece negativa em 0,4%, e com a aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez, que continua nos 0,25%.

O BCE prevê, então, injetar 540 mil milhões de euros na economia entre abril e dezembro do próximo ano, na esperança de que o 'novo dinheiro' suba a inflação, atualmente em 0,6%, estimulando os negócios, para além de manter os mercados financeiros serenos, em vésperas de eleições na Holanda e em França, no próximo ano.

A injeção de dinheiro na economia é um movimento oposto ao que está a acontecer nos Estados Unidos, onde a Reserva Federal (Fed) está a preparar um aumento das taxas de juro na reunião deste mês, segundo as previsões dos analistas.

Os mercados antecipam que o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mantenha a ideia de aumentar a despesa pública, gastando mais em infraestruturas como estradas e pontes depois de tomar posse, a 20 de janeiro, o que aumentaria o crescimento económico e também a inflação nos meses seguintes, dando ainda mais razões à Fed para aumentar as taxas de juro de referência.

A manutenção das taxas de juro de referência comprova que o BCE não antecipa uma subida sustentada da inflação, que incluindo os produtos alimentares e o petróleo mantém-se nos 0,8%, muito abaixo dos 2% de referência, considerada a taxa desejável em termos de criação de emprego e crescimento económico, que continua anémico nos 0,3% no terceiro trimestre.

Para além destas questões económicas, o BCE enfrenta também uma possível turbulência política resultante da saída do Reino Unido da União Europeia, da demissão do primeiro-ministro italiano e da 'força' que a eleição de Donald Trump poderá dar aos movimentos críticos das elites e da União Europeia.

O programa de compra de ativos, compostos principalmente por títulos de dívida pública, serve essencialmente para impulsionar a inflação, aumentando a oferta de dinheiro para o sistema financeiro, na esperança de que isso empurre os bancos a emprestar mais dinheiro e assim fomentar a atividade empresarial, originando mais negócios, empregos e riqueza.

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