“Com o que aconteceu em Portugal, houve uma grande vontade de aumentar o valor que vamos apostar nesta área da ciência, que tem a ver com os desastres naturais, e vamos pôr 125 milhões de euros para que os investigadores possam concorrer a estudar o que se passou”, disse aos jornalistas o comissário para a Investigação, Ciência e Inovação.

“Espero que os cientistas portugueses, das universidades, concorram a estes projetos que são importantíssimos para o futuro de Portugal”, disse, salientando a importância de se apostar na prevenção.

Com as alterações climáticas, considerou também, “vamos ter muitos mais desastres naturais e temos que ter capacidade de os resolver”.

Os concursos para financiamento na área da investigação de desastres naturais serão lançados em janeiro e os projetos decorrerão até 2020, acrescentou, indicando que no anterior quadro financeiro, a verba não chegava aos 100 milhões de euros.

A Comissão Europeia apresentou hoje as prioridades de investimento na ciência e inovação para 2018-2020, num total de 30 mil milhões de euros do programa de financiamento da investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.