Atualmente, o desperdício de alimentos custa ao estado italiano cerca de 12 mil milhões de euros por ano. De acordo com o The Telegraph, esta proposta recebeu o apoio de vários partidos, acreditando-se que a mesma seja aprovada, já na próxima semana, pela Câmara dos Deputados, seguindo depois para a aprovação final no Senado.

De acordo com Maurizio Martina, ministro da Agricultura italiano, “consegue-se recuperar atualmente 550 milhões de toneladas de alimentos, por ano, mas queremos atingir o dobro em 2016”. O lema, garante, é “doar em vez de desperdiçar”.

No entanto, ao contrário dos franceses, que têm previsto a aplicação de uma multa aos supermercados que deitem comida no lixo desnecessariamente, que pode chegar aos 75 mil euros, os italianos estão a apostar na premiação das doações alimentares.

Para Maria Chiara Gadda, deputada do Partido Democrático, que apresentou o projeto de lei, “punir quem desperdiça comida não é útil: o que pretendemos é encorajar as doações”, disse citada pelo jornal italiano La Repubblica.

Assim, o Estado italiano propõe-se a diminuir a taxa de impostos sobre o lixo, redução essa que será proporcional à quantidade de alimentos doados.

Menos burocracia

Esta medida tem como principal objetivo terminar com a burocracia existente no sistema italiano, uma vez que um estabelecimento que queira fazer uma doação de alimentos tem de avisar com mais de um mês de antecedência a sua intenção. A proposta que está a ser debatida pretende que as doações sejam controladas mensalmente.

Outra intenção desta lei é alterar algumas regras em relação a alguns alimentos, de modo a autorizar a sua doação, mesmo depois de ter sido ultrapassado o prazo de validade.

O investimento de um milhão de euros anuais no desenvolvimento de novas embalagens para acondicionar comida, ao longo dos próximos três anos, é outra medida incluída na proposta de lei.

Paralelamente, está a ser financiada uma campanha, também no valor de um milhão de euros, para estimular os clientes a pedirem as sobras das suas refeições nos restaurantes. A campanha foi testada em Veneza, no ano passado, e já ganhou adeptos em França.

Dinamarca e Portugal

Enquanto os governos de Itália e França tomam medidas para evitar o desperdício alimentar, na Dinamarca foi a Organização Não Governamental WeFood que tomou uma posição ao promover um crowdfunding, que possibilitou a abertura do primeiro supermercado de excedentes alimentares do mundo. Situado em Copenhaga, neste local são apenas vendidos alimentos fora do prazo de validade ou cujas embalagens estejam danificadas, com descontos nos preços entre os 30 e os 50%.

Em Portugal, calcula-se que cerca de um milhão de toneladas de alimentos sejam desperdiçados por ano. Há, no entanto, várias organizações que se têm batido pela redução do desperdício como é o caso da Re-Food, do movimento Zero Desperdício e do projeto Fruta Feia.

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