“Tudo o que sejam notícias que permitam estar melhor nessa área, é positivo, mas noto que ainda não subimos de rating”, disse Assunção Cristas, em Lisboa, em declarações dos jornalistas à margem de uma ação de pré campanha para as autárquicas.

A presidente do CDS-PP reagia assim à última informação da Moody´s anunciada na sexta-feira de mudar a sua perspetiva sobre a dívida pública portuguesa de estável para positiva, mantendo, por outro lado, o seu ‘rating’ em Ba1 (nível especulativo, vulgarmente chamado de ‘lixo’).

Para justificar a sua decisão, a agência de notação financeira mencionou três argumentos: “resiliência acrescida” do crescimento da economia em Portugal, perante a recuperação do investimento, a “contínua melhoria orçamental”, que apoia a expectativa da Moody’s quanto à manutenção da consolidação orçamental e a redução dos riscos para o financiamento governamental.

Já a manutenção do ‘rating’ em Ba1, que ainda significa um ‘grau especulativo’, por contraposição ao ‘grau de investimento’, foi justificada pela dívida pública, “uma das mais elevadas da União Europeia”, e do setor privado, bem como pelas “fraquezas do setor bancário”.

Assunção Cristas considerou que três anos depois de a 'troika' ter saído de Portugal, a dívida pública deveria estar mais baixa do que está.

A dívida pública na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas) aumentou 0,1 mil milhões de euros até julho, face a junho, somando 249,2 mil milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados na sexta-feira.

“Ontem saíram dados do Banco de Portugal que mostram que a dívida pública bateu um novo histórico e sentimos que há muito para fazer nesta área e o Governo não mostra estratégia clara, duradoura e sustentável no que se refere à diminuição da vida pública”, disse Assunção Cristas.

A presidente do CDS-PP acrescentou que Portugal está com uma conjuntura favorável acompanhando assim o movimento da economia externa da Europa e devia agora aproveitar para resolver problemas estruturais como a dívida pública.

“Três anos depois de a ´troika´ sair se tivéssemos uma dívida pública a baixar hoje estaríamos melhor do que estamos. Temos de batalhar e exigir ao Governo que resolva este problema e que não ignore uma questão estrutural relevante”, frisou Assunção Cristas.