O emprego na região registou um aumento de 4,1% (equivalente a mais cerca de 66 mil pessoas empregadas), em termos homólogos, justificado por um crescimento dos setores do alojamento e restauração e da construção, com valores “que ainda não tinham sido observados neste século”, indica o relatório trimestral, a que a Lusa teve acesso, que identifica as tendências que marcam a evolução económica, a curto prazo, no território.

Elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o documento indica ainda que “a taxa de emprego (dos 20 aos 64 anos) igualou, no 2.º trimestre, o nível máximo dos últimos 14 anos, enquanto a taxa de desemprego voltou a descer, agora para 9,5%”.

Segundo a CCDR-N, a sub-região do Norte que registou a “descida mais acentuada” da taxa de desemprego foi o Alto-Minho, com uma variação homóloga de -24,8%, seguindo-se o Cávado e Terras de Trás-os-Montes, com variações homólogas de -23,4% em ambos os casos, e o Tâmega e Sousa com -21,0%.

“O Douro destaca-se por observar a redução menos acentuada do desemprego registado (-10,9%, em termos homólogos) ”, indica o relatório, segundo o qual “Alijó foi o único concelho da Região do Norte onde o desemprego registado cresceu entre o 2.º trimestre de 2016 e o de 2017 (variação homóloga de 5,5%)”.

A população desempregada residente na Região do Norte, estimada pelo INE, totalizava, no 2.º trimestre de 2017, cerca de 174,4 mil indivíduos, o que, de acordo com o relatório, significa aproximadamente menos 36 mil pessoas (ou -17,1%) do que no trimestre homólogo do ano transato.

A descida entre o 1.º e o 2.º trimestre deste ano ficou a dever-se, explica a CCDR-N, “quer à evolução do desemprego masculino, cuja taxa caiu de 9,6% para 8,2%, quer à evolução do desemprego feminino, com a respetiva taxa a baixar de 12,3% para 10,8%”.

A Comissão destaca ainda que os indicadores disponíveis relacionados com o consumo privado mantiveram, entre abril e junho, uma “dinâmica positiva” na região, em aceleração face ao trimestre anterior e com crescimentos superiores aos observados a nível nacional.

No Norte o crédito ao consumo continua a aumentar, tal como o valor dos levantamentos de dinheiro em caixas multibanco e as compras em terminais de pagamento automático.

No domínio do turismo, deu-se na região uma aceleração do crescimento dos números de hóspedes e de dormidas, bem como dos proveitos gerados, a qual se deve em grande medida ao resultado do mês de abril, indica a CCDR-N, lembrando que a Páscoa este ano foi em abril e em 2016 em março.

A taxa líquida de ocupação-cama corrigida da sazonalidade (e do efeito de calendário da Páscoa) voltou a aumentar, atingindo, na média do 2.º trimestre de 2017, um "novo máximo histórico" de 47,9%.

Em termos de investimento, o licenciamento de obras e as importações de bens de capital mantiveram uma tendência positiva na região no período em análise, destacando-se não só o crescimento das licenças emitidas para obras de construções novas para habitação (+25,6% em termos homólogos), mas também as licenças de obras para fins não habitacionais (+12,1%).

O valor das exportações de mercadorias por parte das empresas com sede na região manteve, no período em causa, uma tendência positiva, mas com desaceleração do respetivo ritmo de crescimento, particularmente sentida nas vendas para fora da União Europeia.

Por produtos, os principais contributos para o crescimento foram assegurados pela evolução das exportações de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+11,2% em termos homólogos) e também pelo comportamento das exportações do setor automóvel (+10,4% em termos homólogos).

Quanto às importações de mercadorias por empresas com sede no Norte, elas registaram, no 2º trimestre de 2017, um crescimento nominal de 12,5% em termos homólogos (compara com 14,2% no trimestre anterior), impulsionado sobretudo pela atividade industrial e pelo investimento.

Em resumo, o 2.º trimestre de 2017 ficou marcado, no plano nacional, pelo facto de o PIB ter registado "o crescimento homólogo mais acentuado desde o início do século XXI", com 2,9% em volume, sendo que “a região do Norte dá mostras de acompanhar o bom momento da economia nacional”.