Num comunicado publicado na terça-feira, em Pequim, o grupo reclama um tratamento igual para todas as empresas, independentemente do país de origem, em cumprimento com a lei chinesa.

A iniciativa “Made in China 2025″ foi lançada em maio de 2015 para potenciar o desenvolvimento de setores considerados estratégicos pelas autoridades para o futuro da economia chinesa, como a robótica ou a biomedicina.

Segundo a Câmara do Comércio, o plano de modernização da estrutura industrial da segunda maior economia do mundo supõe investimentos de centenas de milhões de euros.

“O aparecimento (do conceito) de ‘inovação indígena’, em conjunto com referências à necessidade de alcançar a ‘autossuficiência’ é particularmente importante”, lê-se no relatório.

“Sugere que as políticas chinesas vão distorcer a paisagem competitiva a favor das firmas domésticas”, explica.

A mesma nota denuncia que algumas empresas europeias tiveram “problemas” ao participarem naquele plano, como fabricantes de automóveis que produzem veículos movidos a “novas fontes de energia” e que foram pressionados para “ceder” tecnologia avançada, como condição para entrar no mercado chinês.

O relatório advertiu ainda que os subsídios de Pequim ao setor da robótica “estão a contribuir para gerar excesso de capacidade” nos segmentos médio e baixo e que, para algumas firmas europeias do setor das tecnologias de informação, o acesso ao mercado chinês “se tornou ainda mais difícil”.

A Câmara de Comércio da UE lamentou também que a implementação desta estratégia industrial não siga os princípios da economia de mercado e que os funcionários chineses tenham escolhidos eles mesmos os setores que acreditam que vão conduzir a economia chinesa no futuro.

No entanto, o grupo empresarial reconheceu que o plano “apresenta oportunidades atrativas para algumas empresas europeias” e que muitas destas se associaram com firmas locais para proporcionar componentes e tecnologia.