“Estamos a apontar para o final de 2018 como estando em condições de arrancar com os primeiros projetos, com gente, com ocupantes”, disse à agência Lusa o diretor da Startup Lisboa, incubadora de empresas apoiada pelo município e que ficou encarregue de gerir o Hub Criativo do Beato.

Há cerca de um ano, o Estado transferiu para a Câmara de Lisboa a gestão, por 50 anos, de um conjunto de 20 edifícios na ala sul da Manutenção Militar, antiga fábrica do Exército localizada junto ao rio, com uma área de cerca de 35 mil metros quadrados.

A cedência custou 7,1 milhões de euros ao município como contrapartida.

Hoje, é apresentado o modelo de gestão do espaço e as primeiras entidades que o vão ocupar.

Migue Fontes explicou à Lusa que “a ideia é que o município de Lisboa suporte o investimento na parte mais infraestrutural, no desenvolvimento desta área, em termos de águas, redes e esgotos, eletricidade, ‘wi-fi’, arruamentos exteriores e espaços comuns”.

“Depois a ideia é que os promotores dos diferentes projetos que se venham a instalar aqui nos diferentes espaços suportem o investimento associado à reabilitação e à adaptação dos mesmos à função pretendida”, precisou.

Vincando que o município não pretende fazer deste projeto “uma operação imobiliária”, o responsável indicou que os promotores apenas terão de suportar as despesas comuns até que o investimento esteja “integralmente amortizado”, sem pagar pela utilização do espaço.

Questionada pela Lusa, fonte da autarquia indicou que “ainda não estão fechadas as estimativas de investimento” a suportar pelo município.

Depois de ter apresentado o projeto a mais de 100 entidades e de ter formalizado cerca de 20 manifestações de interesse, a Startup Lisboa elegeu três empresas para primeiras ocupantes.

De acordo com Miguel Fontes, trata-se de entidades - nacionais e internacionais - que preenchem os requisitos estipulados, ao nível do empreendedorismo, das indústrias criativas e da inovação e do conhecimento, apresentando ainda “projetos suficientemente relevantes para terem estatuto de entidade âncora”.

São elas a incubadora de empresas alemã Factory Berlin, a empresa portuguesa de bebidas Unicer e a marca alemã de automóveis Mercedes, que ali terá um polo digital.

A estes acrescem espaços para a Startup Lisboa, que ali pretende apoiar mais empreendedores, para a empresa municipal de cultura EGEAC, que terá um espaço museológico referente ao passado fabril, e ainda para a Web Summit, evento global de tecnologia.

Enquanto a Unicer ocupará uma antiga central elétrica com quase 1.000 metros quadrados, o edifício que acolherá a Factory Berlin, a Mercedes e a Web Summit terá 9.000 metros quadrados.

Já a EGEAC terá cerca de 5.000 metros quadrados, bem como a Startup Lisboa.

Miguel Fontes adiantou que o passo seguinte é “passar destas manifestações de interesse, […] traduzidas em memorandos de entendimento, para uma lógica mais forte, de contratualização”.

No polo do Beato, haverá ainda serviços de apoio como restaurante, bar, lavandaria, minimercado, creche e ginásio.

A estimativa é que, quando o projeto estiver a funcionar em pleno, sejam criados 3.000 postos de trabalho, 1.000 dos quais serão já criados inicialmente.

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