O Fundo Monetário Internacional (FMI), na atualização deste mês ao 'World Economic Outlook', antecipa uma recuperação económica no Brasil em 2017, ano em que o crescimento da economia deverá rondar os 0,5%, depois de dois anos de recessão.

"A economia brasileira permanece em recessão, mas a atividade parece estar perto de sair do fundo do poço", disseram os analistas do FMI sobre a nona maior economia mundial.

O Brasil, que acolhe a XI cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), é a maior economia lusófona e é considerado o 'gigante económico' do grupo, estando inserido no Mercosul, que junta a maior parte dos países da América do Sul.

Sobre Portugal, o único país europeu do grupo lusófono, as previsões do FMI apontam para um crescimento de 1% este ano e uma ligeira aceleração para 1,1% em 2017, abaixo das estimativas do Governo, que aponta para uma expansão do PIB de 1,2% este ano e uma aceleração para os 1,5% no próximo ano.

Em Angola, o maior produtor de petróleo na África subsaariana e a terceira maior economia do continente, as perspetivas de evolução da economia são bastante sombrias face à média histórica dos últimos anos: o FMI prevê que o país sofra uma estagnação este ano, recuperando depois em 2017 para os 1,5%.

"Angola está, como a Nigéria e a África do Sul, a adaptar-se à forte queda nas receitas das exportações de petróleo, não deverá crescer este ano e vai ter um débil crescimento no próximo ano", lê-se no relatório divulgado hoje em Washington.

O documento do FMI sobre a economia mundial revê em forte baixa as previsões de crescimento da economia angolana, já que em maio apontava para um crescimento de 2,5% este ano e uma ligeira aceleração para os 2,7% no próximo ano.

Também em Moçambique o panorama económico é menos animador que no passado recente: os analistas do FMI esperam um crescimento de 4,5% este ano e 5,5% em 2017, o que mostra uma degradação face às previsões de maio, quando a expetativa apontava para uma expansão económica de 6% em 2016 e 6,8% no ano seguinte.

Tirando a Guiné Equatorial, o mais recente membro da CPLP, que está afundada numa recessão que pode chegar aos 10% este ano e uma nova quebra de 5,8% em 2017, os restantes países lusófonos registam taxas de crescimento sólidas, mas ainda assim insuficientes para os desafios estruturais que atravessam.

Cabo Verde deverá crescer 3,6% este ano e 4% em 2017, enquanto São Tomé e Príncipe deverá registar taxas de 4 r 5% em 2016 e 2017.

Os números, comparados com a média europeia, por exemplo, são invejáveis, mas recentemente o primeiro-ministro de Sao Tomé, numa visita a Portugal, foi perentório: "Com um crescimento menor que 7% nós não conseguimos criar emprego", o que mostra bem as dificuldades deste e de outros países lusófonos em África.

A Guiné-Bissau, que deve crescer 4,8 e 5% neste e no próximo ano, e Timor-Leste, com taxas de crescimento de 5 e 5,5% nestes anos, completam o leque das previsões económicas do FMI sobre os países lusófonos, que se fossem um país seriam a sexta maior economia do mundo, atrás do Reino Unido e à frente da França.

Portugal, o único país europeu da lusofonia, tem um PIB de 198,9 mil milhões de dólares, e está inserido na União Europeia, cuja riqueza está estimada em cerca de 16,5 biliões de euros.

Angola, a maior economia lusófona africana, tem um PIB que ronda os 102 mil milhões de dólares, mas está inserida em dois espaços regionais mais alargados: a África Austral, cujo PIB conjunto dos 15 membros chega quase a 650 mil milhões (onde está também Moçambique, cujo PIB ronda os 15 mil milhões de dólares), e a África Central, cujos 10 membros valem quase 250 mil milhões.

Na Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) estão também a Guiné Equatorial (PIB de 9,3 mil milhões) e São Tomé e Príncipe, com uma riqueza interna de 337 milhões de dólares.

Na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que vale 675 mil milhões de dólares, estão Cabo Verde, com uma riqueza de 1,6 mil milhões, e a Guiné-Bissau, com 1,05 milhões de dólares.

O Brasil, o gigante económico da lusofonia, vale 1,7 biliões de dólares, e está inserido no Mercosul, cuja riqueza económica ascende a quase 3,5 biliões de dólares.

Na Ásia, Timor-Leste, com um PIB de 1,4 mil milhões de dólares, está inserido na ASEAN, uma comunidade de 11 países com uma riqueza conjunta de 2,4 biliões de dólares.

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