“Vamos esperar, porque o que interessa é ver o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] se vai continuar como continuou em janeiro, como parece que sim ou não (…), vai continuar neste primeiro trimestre, sim ou não. Que evolução é que tem o desemprego, que evolução é que têm as exportações. Isso conjuntamente com o valor final do défice e com a visão sobre o sistema financeiro é que vai ser julgado naquela altura”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma visita à Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar da Póvoa de Varzim que celebra este ano o seu 10.º aniversário.

Na comunicação da Comissão Europeia hoje ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu e ao Eurogrupo, divulgada no final da reunião do colégio de comissários, Bruxelas considera que "Portugal está a experienciar desequilíbrios excessivos" e indica que vai "rever a sua avaliação em maio, tendo em conta o nível de ambição do Programa Nacional de Reformas", colocando na mesma situação também Chipre e Itália.

A Comissão Europeia adverte que os altos níveis de endividamento público e privado, o elevado volume de crédito malparado, o desemprego alto e a fraca produtividade são vulnerabilidades de Portugal, que continua a "experienciar desequilíbrios excessivos".

O Presidente da República disse que o Eurostat publicará no dia 24 de março os dados do défice e depois é que haverá uma ponderação pela Comissão Europeia, que olhará para o défice e olhará também para a evolução económica, “os tais equilíbrios económicos, com os números mais recentes”.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que é preciso esperar pela evolução dos próximos dados, preferindo não comentar a comunicação de hoje da Comissão que se refere a números de “há um mês, de há dois meses ou de há três meses”.

O Presidente da República argumentou que é preciso conhecer se o “PIB está a crescer ou não”, “que evolução se nota”, “sim ou não nas exportações, que evolução se nota”, ou se “sim ou não, no desemprego”.

“Isso vai ser apreciado em abril pela Comissão [Europeia] daqui a dois meses, [ Comissão] depois proporá ao Conselho que apreciará dois meses depois. Os números que vão ser considerados e a situação é aquela que houver nessa altura. Vamos esperar”, reiterou.