Mário Centeno assinalou que os números hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) "confirmam a aceleração" da economia portuguesa, que cresceu 0,8% no terceiro trimestre face ao trimestre anterior e 1,6% face ao período homólogo de 2015.

"Este crescimento da economia é sustentado num aumento da confiança e nas melhorias já muito assinaláveis que vínhamos notando no mercado de trabalho", salientou.

Numa declaração aos jornalistas, o governante destacou que nos primeiros nove meses do ano foram criados 127 mil empregos, enquanto nos últimos seis meses de 2015 tinham-se perdido 75 mil empregos.

“É esta a mudança de rumo que pretendíamos para a economia portuguesa: contas públicas sólidas e um crescimento do emprego e dos salários muito positivo ”, reforçou Mário Centeno.

Salientando que o crescimento do emprego no terceiro trimestre foi "transversal a todos os setores", o ministro assumiu, no entanto, que é mais forte no turismo.

"O turismo é obviamente um dos serviços e uma das exportações mais importantes da nossa economia, mas aquilo que nós observamos é um crescimento harmonioso, quer da procura interna, quer da procura externa. É este o modelo de crescimento sustentável que preconizamos para a economia portuguesa", disse o responsável pela pasta das Finanças.

Mário Centeno escusou-se, no entanto, a falar sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), dizendo que "há instituições a analisar a situação e este é o tempo de essas instituições funcionarem".

Segundo o jornal Público, o presidente da CGD, António Domingues, que foi notificado pelo Tribunal Constitucional para entregar a declaração de rendimentos e património junto daquela instituição, estará a preparar uma resposta jurídica onde explica que não vê razões para entregar a declaração e apenas o fará se houver garantias de reserva (ou seja, que não será consultada).

"A CGD é muito importante para o sistema financeiro português. A sua recapitalização é um enorme objetivo do Governo e vai com certeza ser materializada", limitou-se a dizer o ministro das Finanças, sem esclarecer se pondera demitir-se se a administração liderada por António Domingues sair.